Rogério Ceron, o secretário do Tesouro Nacional, admitiu que o Brasil ainda precisa superar desafios estruturais para alcançar um ambiente econômico mais atrativo e recuperar o grau de investimento internacional.
O executivo comentava sobre a elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s esta semana. Segundo ele, todos os poderes da República, não só o Executivo, devem cumprir o desafio com o arcabouço fiscal, além de eliminar os ruídos e com a dinâmica das despesas obrigatórias.
“A Moody’s foi clara em colocar que ainda precisamos de avanços, que mantém a perspectiva positiva, mas a materialização do grau de investimento depende do compromisso com o arcabouço fiscal”, disse Ceron.
Na avaliação do secretário, o Brasil está diante de uma oportunidade, que a Moody’s deu um “voto de confiança para o País”. Segundo ele, também é preciso um “pacto social” para atingir o objetivo.
“Não é [apenas] um desafio e nós devemos sim debater e consolidar o pacto da sociedade para conquistar o grau de investimento. […] A Moody ‘s deu um voto de confiança para o país, e isso não é para o governo. O rating não é para um ou outro governo é para o país”, frisou Ceron, segundo a “CNN”.
Brasil próximo do grau de investimento: Moody’s eleva nota de crédito
A Moody’s, agência norte-americana de classificação de risco, elevou a nota de crédito soberano do Brasil de Ba2 para Ba1. A análise reiterou a perspectiva positiva para o País, que havia sido estabelecida em maio.
Diante dessa melhoras, agora o Brasil está a uma nota de conquistar o grau de investimento, a nota de corte para que uma instituição ou país seja considerado um porto de investimentos seguros, segundo a “CNN”.
Na avaliação da Moody’s, a decisão se justifica pela melhora do cenário de crédito do País, isto por conta decorrência do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Foram destacadas também as reformas econômicas recentes no Brasil, a exemplo da tributária, que deve melhorar o ambiente de negócios brasileiro, mantendo o crescimento forte no longo prazo.
O que chamou atenção é que a Moody’s destacou o compromisso do governo com a meta fiscal e a expectativa com a estabilização da proporção dívida/PIB do país para manter sua perspectiva positiva.
Dívida pública bruta do Brasil teve uma curta aceleração em agosto, a 78,5% do PIB ou R$ 8,898 trilhões.
Outra agência de classificação de risco, a Fitch, seguiu uma avaliação diferente e apontou que o bom desempenho econômico do Brasil não era suficiente para amenizar o temor sobre as contas públicas, na última quinta-feira (25).
Para a equipe dessa agência, o desempenho fiscal brasileiro está mais fraco do que esperava-se com as projeções orçamentárias iniciais para 2024. A Fitch reforçou que o descompasso entre a política fiscal e o crescimento do PIB pode afetar sua nota “BB”.