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Brasileiros têm investido mais, e valor ultrapassa R$ 7 trilhões, aponta levantamento

Juros altos e economia aquecida impulsionam de títulos de renda fixa a criptomoedas

Fonte: anyaberkut/iStock
Fonte: anyaberkut/iStock

Uma maneira de fazer o dinheiro render, os investimentos estão fazendo cada vez mais parte do dia a dia dos brasileiros. O aumento na oferta de informações tem criado uma verdadeira cultura de educação financeira, com resultados positivos. É o que afirma a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a ANBIMA.

Em levantamento, constatou-se que o investimento dos brasileiros como pessoas físicas teve um incremento de 11,5% até setembro de 2024, quando comparado com todo o ano anterior. O montante movimentado soma mais de R$ 7,2 trilhões, e envolve aplicações de clientes tradicionais, de varejo e também de alta renda e private. Contudo, o maior crescimento foi entre os clientes de varejo tradicional, com 11,9%.

Juros altos levam mais pessoas à renda fixa

Para o presidente do Fórum de Distribuição da ANBIMA, Ademir Correa Junior, uma explicação para este fenômeno é de que a alta da taxa Selic, atualmente em 12,5%, beneficia os investimentos dos grupos de varejo, que preferem a renda fixa – ao contrário do privado, que atua mais nas carteiras de renda variável. Esta cresceu cerca de 10% durante o período.

Aqui entram os títulos públicos e CDBs, por exemplo.

Curiosamente, a poupança segue sendo um dos principais meios pelos quais os brasileiros fazem seu dinheiro render. Até 2023, um terço da população escolhia este produto. Segundo a pesquisa Raio-X do Investidor, também da ANBIMA, espera-se um salto de pessoas começando a investir, principalmente em renda fixa. A estimativa era de que, ao final de 2024, 13% da população começasse a investir.

Renda variável também segue viés de alta

A renda variável não fica muito para trás. Dados da B3 indicam que houve um crescimento de 7,5% no ano, totalizando 5 milhões de investidores. Mesmo com a renda fixa pagando relativamente bem, devido aos juros altos, muitas pessoas veem na renda variável uma maneira de diversificar a carteira e encarar alguns riscos. Além disso, é possível começar a participar com valores baixos, como R$ 30 e R$ 40.

Outro ativo que tem crescido é o de criptomoedas. Ainda que seja um mercado cercado por inseguranças, pesquisa realizada por uma corretora indica que 31% da população investidora possui mais de 10% desse ativo em carteira. A mesma pesquisa indica que 55% dos brasileiros desejam aumentar seus investimentos em criptomoedas.

Como aproveitar o bom momento?

Para começar a investir, contudo, é preciso ter planejamento. É preciso também conhecer os riscos desse mercado e começar aos poucos. Com o tempo e estudo, e conforme o próprio perfil – se mais conservador ou agressivo –, é possível escolher os produtos mais benéficos.

Ao final, é possível ter uma carteira diversificada, com investimentos em renda fixa – mais seguros –, renda variável, criptomoedas e até mesmo ações internacionais. Um bom conhecimento do mercado e das variáveis econômicas é necessário, bem como o auxílio de ferramentas como um simulador de juros compostos, para assim tomar as decisões mais acertadas na hora de começar um investimento.