O ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou o mercado financeiro por pressionar o governo federal sobre o pacote fiscal enquanto, segundo ele, ficou em silêncio com os R$ 200 bilhões “torrados” na tentativa de reeleger o ex-presidente Jair Bolsonaro. As declarações ocorreram nesta quinta-feira (5), no seminário do PT em Brasília.
“A gente não viu o tal do mercado apontar essa absoluta irresponsabilidade com dinheiro público. Nós estimamos mais de R$ 200 bilhões que foram torrados em 2022 para tentar a eleição do presidente Jair Bolsonaro naquele ano. E o mercado absolutamente silencioso e apoiando o discurso vazio e inconsistente do então ministro da economia, Paulo Guedes”, afirmou Costa.
O ministro também falou de erros nas previsões do mercado e ressaltou o crescimento do PIB no Brasil nos últimos dois anos. “Para quem dizia que o Brasil ia crescer 1% no ano passado, o Brasil cresceu 3,3%. E no ano passado foi puxado pelo agronegócio”, afirmou ele.
“Inicia-se neste ano, para as agências do tal mercado, o Brasil vai crescer 1,5%. Estamos em dezembro, eles são forçados a publicar que o Brasil pode crescer 3,5% neste ano, não mais puxado pelo agronegócio que em função das chuvas e das secas decresceu. Quem puxou o investimento neste ano foi investimento, que agora no terceiro trimestre bateu o número extraordinário de 17% do PIB”, afirmou.
Governo sofre tentativa de desestabilização, acusa Rui Costa
Para o ministro, os ataques ao governo fazem parte de uma tentativa de desestabilização e antecipação da disputa presidencial de 2026.
“A gente fazer disputa da narrativa ocupando cada rádio desse País, cada blog, cada conta de Instagram, Facebook, Tiktok, seja o que for. Para a gente disputar a narrativa porque o que eles estão fazendo é antecipar as eleições de 2026, trazendo para o presente uma tentativa de desestabilizar o governo. Mas, mais do que nunca, o presidente Lula está sereno e convicto de como nós vamos chegar em 2026”, afirmou Costa.
Ele também declarou que os investimentos de agora vão gerar resultados em 2025 e que Lula deve chegar à campanha com boas chances de ser reeleito. “Mas isso só não será suficiente. Precisamos reelegê-lo com uma base consistente na Câmara e no Senado, que possibilite bases, instrumentos e ferramentas para avançarmos muito mais no projeto de País”, disse o ministro.
Ele considera que esses eleitos não precisam ser do PT, contanto que sejam de partidos aliados e “comprometidos com o projeto do presidente Lula”.
Enquanto isso, a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann, endossou as críticas de Costa ao mercado financeiro. “Se for para satisfazer a ganância insaciável do mercado financeiro, com juros estratosféricos e assistindo passivamente a especulação com o câmbio, para que serviria o PT?”, questionou.
Ela citou, ainda, a injustiça tributária no país e as políticas de cortes de gastos do presidente da Argentina, Javier Milei.