
A preocupação das empresas brasileiras com fraudes aumentou de forma significativa no último ano. Segundo levantamento da Serasa Experian, 58% das companhias passaram a demonstrar mais atenção ao tema em 2024. Entre as grandes empresas, o número é ainda maior: 68% delas afirmaram estar mais conscientes quanto aos riscos envolvidos nas operações.
A digitalização dos serviços e a expansão das transações online ampliaram os pontos de vulnerabilidade. Com isso, muitas organizações se veem obrigadas a rever suas políticas de segurança e a investir em medidas preventivas para preservar a integridade de suas operações. Esse movimento envolve tanto o reforço das infraestruturas tecnológicas quanto a revisão de processos internos, com foco no fortalecimento da governança digital.
Tendência que afeta os negócios
O aumento das tentativas de golpe reforça a urgência das medidas preventivas. Apenas em 2024, segundo a Serasa Experian, foram registradas 11.509.214 diligências suspeitas de fraude no Brasil, um aumento de 9,4% em relação ao ano anterior. Os dados reforçam o cenário de alerta, exigindo atenção redobrada das organizações.
Quando expostas a tentativas de fraude, as empresas demonstram maior preocupação com o vazamento de dados de clientes (49%) e com perdas financeiras (48%). Outros pontos sensíveis incluem o vazamento de dados próprios (39%), inadimplência (35%), roubo de informações estratégicas (34%) e fraude de identidade (28%). A perda de mercadorias também aparece entre as preocupações, embora em menor escala (16%).
Para Caio Rocha, diretor de Prevenção e Autenticação à Fraude da Serasa Experian, o avanço tecnológico contribuiu para expandir os negócios, mas também expôs as empresas a novos riscos. Ele ressalta que grupos criminosos têm se sofisticado cada vez mais, explorando falhas em sistemas e aplicativos. Por isso, o diretor defende a adoção de estratégias robustas de prevenção, com múltiplas camadas de segurança.
Investimento em prevenção a fraude
Com o crescimento das ameaças, a prevenção a fraude, que em 2023 ocupava o quinto lugar na lista de prioridades orçamentárias, subiu para a terceira posição em 2024, segundo a pesquisa. Além disso, a proteção contra operações fraudulentas aparece como o segundo objetivo mais importante para as empresas, atrás apenas da conquista de novos clientes.
Entre as principais ações utilizadas para mitigar fraudes estão a análise de documentos (49%) e a análise de score de clientes (36%). Também se destacam a análise de score das empresas (28%), o monitoramento de operações com cartões de crédito (22%), e a análise de dispositivos (19%). Esses recursos fazem parte de uma abordagem integrada de autenticação e controle de riscos.
Diante do avanço das fraudes digitais, o fortalecimento das políticas de prevenção se torna uma demanda estratégica. Investir em tecnologia, processos e equipes especializadas deixou de ser uma opção e passou a representar um passo essencial para a sustentabilidade e a confiança nas relações comerciais.