Foto: Banco Central do Brasil/Reprodução
Foto: Banco Central do Brasil/Reprodução

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) subiu de 78,1% para 78,6% do PIB entre setembro e outubro, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O indicador não registrava níveis tão elevados desde outubro de 2021, quando estava em 79,52%, sinalizando pressão crescente sobre as contas públicas brasileiras.

Em valores absolutos, o endividamento saltou de R$9,748 trilhões para R$9,856 trilhões no período. A DBGG abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais.

O aumento da dívida ocorre em um contexto desafiador para a economia brasileira. Desde 2014, a dívida bruta apresenta crescimento persistente, e especialistas alertam que a percepção de que a trajetória da dívida estaria ficando insustentável pode causar problemas como aumento da inflação e dos juros.

Impacto nos juros e na economia

A dívida bruta serve como referência para agências de classificação de risco avaliarem a capacidade de solvência do país. Na prática, quanto maior o endividamento, maior o risco percebido pelos investidores, o que pode resultar em taxas de juros mais altas e dificuldades para financiar políticas públicas.

O principal fator que tem pressionado a dívida é a apropriação de juros, com a taxa Selic em patamares elevados, o governo incorpora mensalmente os juros sobre os títulos públicos ao estoque da dívida, aumentando o peso do endividamento sobre a economia.

Outro dado preocupante divulgado pelo BC é que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), que considera as reservas internacionais do Brasil, atingiu 65% do PIB em outubro, o maior valor da série histórica, chegando a R$8,143 trilhões.