Em reação a ameaças de Trump

Dólar tem fechamento recorde, de R$ 6,065

A alta também foi motivada pela repercussão do pacote fiscal anunciado na semana passada

Foto: Unsplash / dólar
Foto: Unsplash / dólar

O dólar comercial fechou a R$ 6,065 na venda nesta segunda-feira (2), valor nominal recorde para o encerramento. A alta no dia foi de 1,13%, com a reação do mercado às ameaças do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de taxar os países do Brics em 100% se estes fundarem uma nova moeda concorrente ao dólar.

A alta também foi motivada pela repercussão do pacote fiscal anunciado na semana passada.

Trump adverte países do Brics contra substituição do dólar

O presidente eleito dos EUADonald Trump, afirmou no sábado (30) que os países membros do Brics devem se comprometer a não criar uma nova moeda ou apoiar qualquer alternativa que substitua o dólar, sob pena de enfrentarem tarifas de 100%.

“Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano. Caso contrário, eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana”, declarou Trump em sua plataforma Truth Social, segundo informações do portal Investing.

“Eles podem procurar outro ‘otário’. Não há nenhuma chance de os Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos”, acrescentou.

Desde janeiro de 2024, o bloco Brics possui dez membros plenos. Além de Brasil, Índia, Rússia, África do Sul e China, também integram o grupo, como membros permanentes, Irã, Egito, Arábia Saudita, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.

Ineficiência fiscal afeta tanto investidores domésticos quanto externos

O recente anúncio do pacote fiscal, que tem repercutido negativamente no cenário nacional deve estender os impactos para o cenário internacional. É o que aponta Bruno Corano, economista da Corano Capital, ao BP Money.

Na análise do especialista, a “ineficiência fiscal” afeta tanto os investidores nacionais quanto estrangeiros. 

“Se existe uma sinalização de deterioração nas contas públicas, significa que o país vai assumir maior risco. Isso pressiona o aumento dos juros, ao mesmo tempo em que a moeda se desvaloriza e a inflação tende a subir. O mercado acionário fica prejudicado, e os investidores acabam buscando segurança na renda fixa ou partem para outros mercados devido à incerteza cambial”, explica Corano. 

Para ele, essa situação faz com que tanto investidores nacionais quanto estrangeiros migrem para alternativas menos arriscadas.

No entanto, Corano enfatiza que a reação do mercado ao pacote fiscal já tem mostrado sinais evidentes.

“Sem dúvida, todos os setores são atingidos, mas os mais impactados são aqueles que dependem de produtos, insumos ou matérias-primas cotadas em dólar, como alimentos e equipamentos eletrônicos. Com a alta do dólar, esses setores enfrentam um aumento nos custos, o que pressiona a inflação”, afirma o economista.

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