Instabilidade no câmbio

Dólar chega a R$ 5,68 com tensão fiscal e dados dos EUA

Descubra por que o dólar subiu hoje e como o cenário político e econômico dos EUA e do Brasil impacta diretamente o câmbio

Dólar chega a R$ 5,68 com tensão fiscal e dados dos EUA
Foto: Unsplash / dólar

O dólar teve um dia de valorização nesta quinta-feira (15), encerrando a sessão com alta de 0,84%, cotado a R$ 5,6803 no mercado à vista. O movimento contrariou o desempenho de outras moedas emergentes, que operaram com mais estabilidade no cenário global.

A principal razão? O nervosismo fiscal no Brasil, somado à digestão de dados econômicos dos Estados Unidos, reacendeu o alerta nos investidores.

Medo fiscal impulsiona dólar no Brasil

Rumores de que o governo brasileiro estaria articulando um pacote de medidas para aumentar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026 — com possível impacto negativo nas contas públicas — fizeram soar o alarme nos mercados. Mesmo com o desmentido do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os investidores mantiveram cautela.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, os indicadores econômicos também mexeram com os mercados. O índice de preços ao produtor (PPI) surpreendeu ao recuar 0,5% em abril, contrariando a projeção de alta de 0,2% dos analistas. Ainda assim, o PPI acumulou alta anual de 2,4%.

As vendas no varejo cresceram modestos 0,1% no mesmo período — uma desaceleração em relação ao avanço de 1,7% em março. O mercado de trabalho manteve certa estabilidade, com 229 mil novos pedidos de auxílio-desemprego.

Esses dados mistos ampliaram as incertezas quanto à trajetória da política monetária americana.

Powell sinaliza revisão da estratégia do Fed

Em um discurso aguardado com ansiedade pelos agentes financeiros, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que o banco central dos EUA está reavaliando sua abordagem diante das novas dinâmicas da inflação e do emprego.

Dessa forma, essa fala adicionou mais volatilidade aos mercados, já atentos à possibilidade de ajustes nos juros americanos.

Na B3, às 17h09, o contrato de dólar futuro com vencimento em junho — o mais negociado atualmente — subia 0,64%, sendo cotado a R$ 5,6990. No acumulado do mês de maio, o dólar avança 0,07%.

O que esperar para o câmbio nos próximos dias?

Com o clima ainda carregado de incertezas, tanto internas quanto externas, o câmbio deve continuar reagindo a cada novo dado econômico ou declaração política.

Em suma, o mercado segue atento às movimentações do governo brasileiro na área fiscal, bem como aos próximos passos da economia americana, especialmente no que diz respeito aos juros e à inflação.