Reclusão de 16 anos

Dono da Dolly pode ser preso por crime ambiental

O empresário ordenou o desmatamento de uma área de preservação ambiental em São Lourenço da Serra, região metropolitana de São Paulo

Fonte: Divulgação/ Dolly
Fonte: Divulgação/ Dolly

O empresário Laerte Codonho, proprietário da fábrica de refrigerantes Dolly, foi condenado pela Justiça por crimes ambientais e corrupção ativa em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. A sentença divulgada na sexta-feira (14) impõe reclusão de 16 anos.

De acordo com investigações do ministério público, o empresário ordenou o desmatamento de uma área de preservação ambiental em São Lourenço da Serra, região metropolitana de São Paulo. O fato ocorrido em 2016 gerou prejuízo aos moradores da região e para evitar punições que inviabilizariam o empreendimento irregular, Condonho pagou propina a servidores públicos.

A sentença afirma que o executivo da Dolly usou seu poder como dono da marca para “empregar esforços e atuar à margem da lei”. O dirigente foi condenado por corrupção ativa, crime ambiental, falsidade ideológica e falsificação de documento particular. As informações são do portal Exame.

Dois regimes

As penas foram divididas. O empresário deverá cumprir 11 anos, 4 meses e 1 dia de reclusão em regime fechado pelos crimes considerados mais graves ; e mais 4 anos, 10 meses e 4 dias de detenção em regime semiaberto pelos crimes mais leves. Além da prisão, Codonho foi condenado ao pagamento de multa que ultrapassa R$ 550 mil.

Junto com o dono da Dolly, outras sete pessoas foram condenadas por queda de corrupção e envolvimento nos crimes ambientais. Condonho foi preso em 2018 em sua casa e aguardava decisão da sentença. 

A condenação por crime ambiental é apenas uma dos muitos processos judiciais que o empresário já enfrentou. Suspeitas de sonegação fiscal na Dolly levaram a empresa a pedir recuperação judicial em 2018. Outro episódio foi marcado pela acusação do ex contador de Condonho, Rogério Raucci, de ter dado um golpe de mais de R$100 milhões na companhia.

O recente caso evidencia como crimes ambientais, frequentemente associados a esquemas de corrupção, têm sido tratados com maior rigor pelo sistema judiciário brasileiro.