
O próximo ciclo político no Brasil superou as preocupações fiscais dos investidores. O dado foi revelado na pesquisa de sentimento do investidor do BTG Pactual durante a CEO Conference de 2025. 47% dos entrevistados estão mais apreensivos com o futuro político do Brasil que se inicia em 2026 contra 42% que são pessimistas na política fiscal do governo.
Há um mês, as estimativas eram invertidas com apenas 28% do público dando maior peso no novo cenário político que em 2026 irá revelar. Pressão inflacionária e desaceleração da atividade continuam pontuando em terceiro e quarto lugar respectivamente nos dois resultados.
No contexto global, o comportamento da taxa de juros dos EUA preocupa 72% dos investidores, enquanto as tarifas do presidente Donald Trump representam apenas 17% de ser o maior desafio para o mercado, segundo a pesquisa.
Investidores ainda se mostraram mais otimistas com relação ao Ibovespa e inclinados aos risco, ainda que com cautela. Em fevereiro, 31% dos investidores disseram estar otimistas e para 62%, o preço principal da bolsa está subvalorizado. Houve um aumento de investidores que se consideram aptos para o apetite ao risco com 49%, crescimento expressivo ante os 36% do último levantamento.
Favoritos
De acordo com a pesquisa, o setor de utilities, que inclui empresas de energia elétrica e saneamento, continuam como favoritas para compra. A preferência do setor saltou 20% de 37% para 57% no intervalo de um mês da pesquisa.
O varejo, em contrapartida, apresenta preferência para venda com 35% dos investidores recomendando a venda rápida das ações. Os principais alvos de shorts são Ambev, Bradesco e Lojas Renner.
Queda na popularidade de Lula cria sentimento de ‘FOMO’ nos investidores
A queda na popularidade do presidente Lula tem agitado o mercado, criando um cenário de incerteza política, que gera reações variadas entre os investidores. As últimas pesquisas, que apontaram apenas 24% de aprovação ao governo, provocando um reflexo imediato no mercado.
De acordo com analistas, esse cenário tem alimentado o sentimento de “FOMO” (Fear of Missing Out), uma expressão do inglês que representa o medo de ficar de fora, nas operações de bolsa e câmbio.
O impacto imediato da queda na popularidade de Lula pode ser visto na alta registrada na bolsa após a divulgação do Datafolha. Porém, a análise do JP Morgan destaca que, embora o ambiente político brasileiro comece a gerar certo nervosismo, é cedo para fazer previsões baseadas nas eleições de 2026.