Pós-apagão

Enel: após novo temporal, SP tem mais de 43 mil imóveis sem energia

Ocorrências de quedas de árvore, semáforos apagados e voos desviados devido à baixa visibilidade também são consequências da chuva

Apagão
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Um novo temporal na cidade de São Paulo, na quarta-feira (23), provocou mais uma onda de imóveis sem energia elétrica, além de alagamentos e transtornos na infraestrutura da cidade. Segundo a Enel, até às 21h, 43.663 mil imóveis na capital estavam sem energia, uma redução do pico de cerca de 74 mil registrado no começo da noite.

Nas redes sociais, moradores de bairros como Centro, Limão, Vila Maria, Vila Mariana, Belenzinho, Mooca, Sacomã, Vila Prudente, Itaquera e Pinheiros relataram quedas de energia.

Na região da Chácara Santo Antônio, Zona Sul de São Paulo, um gerador de energia explodiu durante a tempestade. A região foi uma das que sofreu com os vários dias de apagão registrados no início do mês, após outro temporal.

Outro incidente causado pela chuva foi o desabamento de parte do teto da UBS Boracéa, localizada na Barra Funda, Zona Oeste. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, os reparos já estão em andamento e o atendimento na unidade foi temporariamente suspenso por precaução. O serviço deve ser retomado na manhã desta quinta-feira (24) e não houve feridos no local.

Ocorrências de quedas de árvore, semáforos apagados e voos desviados do Aeroporto de Congonhas devido à baixa visibilidade também aconteceram.

Aneel intima Enel SP e abre processo que pode extinguir concessão

Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) intimou a distribuidora de energia Enel São Paulo, dando início a um processo que pode levar à caducidade da concessão – ou seja, à extinção do contrato de concessão.

Através de comunicado, a autarquia explicou que a intimação aconteceu devido ao fato de a Enel ter descumprido o plano de contingência apresentado aos órgãos reguladores para lidar com eventos climáticos extremos, a exemplo do temporal ocorrido neste mês.

A tempestade gerou um apagão a 3,1 milhões de clientes na região metropolitana de São Paulo, com os trabalhos para recomposição completa dos serviços tendo demorado cinco dias.

A Aneel lembrou ainda que a concessionária paulista do grupo italiano Enel é reincidente quanto ao “atendimento insatisfatório aos consumidores em situações de emergência”, em referência a outrotemporal, em novembro do ano passado, que também deixou milhões de clientes da região por vários dias sem luz.

A distribuidora tem 15 dias contados do recebimento do termo de intimação para apresentar sua manifestação. A diretoria da Aneel avaliará os elementos apresentados pela empresa e decidirá se recomenda ou não a caducidade do contrato ao Ministério de Minas e Energia, que é o poder concedente e tem a decisão final sobre o tema.