A Enel informou, na madrugada desta quinta-feira (17), que restabeleceu o fornecimento de energia elétrica de praticamente todos os cerca de 3 milhões de clientes que ficaram sem luz na capital e região metropolitana de São Paulo desde o temporal da última sexta-feira (11). A informação é de Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Segundo a concessionária, restam oito imóveis que reportaram interrupção no domingo (13). Ainda de acordo com a companhia, o Ministério de Minas e Energia foi informado da regularização dos serviços.
A Enel informou que há, na sua área de cobertura na cidade de São Paulo e na Grande São Paulo, atualmente, cerca de 60 mil clientes sem energia elétrica, mas que estes não têm relação com o apagão gerado após o temporal.
A informação de religamento da energia para os afetados pelo temporal surge pouco depois de a Justiça de São Paulo dar prazo de 24 horas para a Enel restabelecer o serviço para os clientes.
A decisão liminar, tomada na segunda-feira (14) pelo juiz Fabio de Souza Pimenta, da 32ª Vara Cível da capital e publicada nesta quinta no Diário de Justiça, prevê multa de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento.
Enel: intervenção só acontece se houver abertura de processo pela Aneel
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (16) que, com uma intervenção ou caducidade contra a distribuidora Enel SP, seria possível trocar o controle da concessionária para melhorar a qualidade do fornecimento de energia em São Paulo. Situação semelhante já ocorreu com o grupo italiano em Goiás, após falhas na prestação do serviço.
Durante uma coletiva, o ministro acusou a Enel de ser “uma empresa que não conhece a realidade nacional”. Segundo Silveira, “se tivesse passado pela avaliação correta em 2019, a Enel não teria assumido concessões em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará”, regiões onde o grupo opera serviços de distribuição de energia. As informações são do “Valor”.
No caso de São Paulo, Silveira destacou que a concessionária “investiu muito em automação”, mas reduziu a mão de obra dedicada à operação e manutenção de redes.
Vale lembrar que essa estratégia foi criticada pelo governo ao publicar o decreto com as diretrizes de renovação das concessões. Segundo o ministro, o decreto estabelece limites para a terceirização e busca evitar a redução excessiva de trabalhadores especializados.