Corte de gastos

FMI reconhece esforço fiscal do Brasil e recomenda mais ambição

Fundo destacou que implementação do IVA deve simplicar o sistema tributário e impulsionar a produtividade

FMI (Foto: Reprodução)
FMI (Foto: Reprodução)

Equipe do FMI (Fundo Monetário Internacional) visitou o país para a elaboração do Artigo IV de 2025 do Brasil, e comunicou que a eliminação gradual de gastos tributários dispendiosos e ineficientes, o aprimoramento da administração da receita e o enfrentamento da rigidez orçamentária abririam espaço para investimentos prioritários, apoiariam a sustentabilidade da dívida pública e facilitariam um caminho de juros mais baixos no Brasil.

Daniel Leigh, líder da equipe que conduziu as discussões para a Consulta do Artigo IV, diz que a equipe do FMI recomenda um esforço fiscal “sustentado e mais ambicioso, apoiado por um arcabouço fiscal aprimorado, mobilização de receita e medidas de gastos”.

A implementação da “histórica reforma do IVA”, continua Leigh, deve simplificar significativamente o sistema tributário e impulsionar a produtividade.  “Os esforços visam corretamente garantir a neutralidade da receita”, afirma.

O líder diz ainda que o setor financeiro brasileiro passou por uma resiliência em 2024 e deve permanecer assim mesmo em meio a taxas de juros mais altas.

“As autoridades estão implementando mudanças regulatórias com o objetivo de fortalecer ainda mais a resiliência do setor financeiro. Reformas para facilitar uma redução na alavancagem das famílias são necessárias. Atualmente, os bancos públicos bem capitalizados, lucrativos e líquidos, e têm pago dividendos ao governo. O empréstimo por bancos públicos deve continuar a focar em abordar falhas de mercado, como apoiar investimentos de longo prazo”, afirma.

FMI: dívida pública do Brasil será 92% do PIB em 2025

FMI (Fundo Monetário Internacional) afirma, em relatório Monitor Fiscal que peso da dívida pública no PIB (Produto Interno Bruto) deve aumentar de 87,3% em 2024 para 92% em 2025.

O atual ritmo destaca um salto no fim da presidência do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, quando a dívida acusava 83,9% para 96% no encerramento de 2026, último ano do terceiro mandato de Lula. Trata-se do mais elevado nível de endividamento do país desde 2020.

FMI não vê reversão nessa trajetória e se nada for feito para o controle, as contas públicas brasileiras devem pesar ainda mais na produção, chegando a 99,4% em 2029. O ano seguinte, 2030, provisiona estabilização do índice, levando a uma nova rodada de análises.