A pressão sobre fundos imobiliários subiu nesta quinta-feira com o anúncio do aumento da taxa selic para 12,25%. Em um acumulado de dois meses, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) registrou uma queda de 5%.
No curto prazo, há previsão de instabilidade, com novas ondas de desvalorização. Segundo Ricardo Raoul, diretor-geral da Paladin no Brasil, fundos de tijolo podem sofrer descontos de até 35%. As sucessivas perdas fizeram com que muitos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIS) atingissem o menor valor de cota em relação ao valor patrimonial.
Mas os analistas ainda são otimistas com essa estratégia de investimento: “O cenário econômico que o Brasil vem construindo para os próximos anos não é animador, mas não acho que seja o caso de sair vendendo cotas de fundos de qualidade e com boas perspectivas a qualquer preço, apenas por conta disso”, diz Marx Gonçalves, analista e sócio da Nord Research.
Fundos de tijolos não devem ser subestimados.
Os fundos de papel, atrelados a títulos de renda fixa com juros, a perspectiva é mais positiva a curto prazo. Os rendimentos tendem a aumentar com o aumento da Selic. O risco se dá em um evento de crédito onde a emissora não cumpre com sua dívida. Assim como os FIIs com maior exposição ao CDI seguem o mesmo princípio, com repasses mensais corrigidos pelos juros.
Transações de compra e venda de imóveis têm sido feitas em valores superiores aos negociados na bolsa de valores, alguns reajustes em regiões mais valorizadas como Faria Lima, em São Paulo, são negociados a valores 20% acima da inflação.
Segundo Laércio Boaventura, diretor de investimentos da Vectis Gestão, a longo prazo todos os investimentos serão oportunidades de diversificação da carteira, mas os fundos imobiliários de tijolos oferecem pouca volatilidade na ordem de renda passiva além de patrimônio material contra a inflação.