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Governança e ESG em transações corporativas com Fernando Yuji Oura

Descubra como governança, ESG e perfil do investidor influenciam decisões estratégicas e a conclusão de negócios corporativos.

Foto: Arquivo BP Money
Foto: Arquivo BP Money

A governança corporativa define diretamente investimentos e transações empresariais. Fernando Yuji Oura, diretor da área de Corporate Advisory da Vinci Compass, afirma que empresas maduras constroem processos internos sólidos para evitar que problemas de governança bloqueiem negócios. “Empresas que alcançam esse estágio apresentam governança avançada, garantindo comparabilidade e segurança para investidores”, explica Oura.

Além disso, a percepção do investidor muda conforme seu perfil. O investidor de varejo age de forma mais emocional e busca retornos rápidos. Por outro lado, o investidor institucional prioriza rentabilidade constante e minimização de riscos. Portanto, essa diferença altera a relevância da governança, especialmente em investimentos de longo prazo, ligados à sustentabilidade e à resiliência frente a crises inesperadas, como pandemias ou instabilidades econômicas globais.

No campo ambiental, Oura observa que falhas burocráticas podem atrasar transações, mesmo quando a empresa cumpre normas operacionais. Por exemplo, licenças irregulares podem gerar desconfiança, já que compradores enfrentam assimetria de informação. Consequentemente, os processos devem estar regularizados para garantir a confiança necessária e avançar na negociação.

ESG e Governança: Riscos e Oportunidades

A governança impacta diretamente operações quando empresas dependem de líderes-chave (“Keyman”). Empresas institucionalizadas oferecem processos claros, reduzindo riscos e facilitando aquisições. Entretanto, empresas familiares dependem de gestores específicos, aumentando vulnerabilidades e risco de falhas na transação.

Oura destaca que questões ambientais podem atrasar ou até inviabilizar deals. Uma auditoria rigorosa pode revelar que os resultados financeiros projetados caem significativamente, alterando a atratividade da transação. Portanto, números, governança e práticas ambientais definem se a negociação avança ou morre.

Sustentabilidade com Fundamentação

Apesar do hype recente em ESG, especialmente na letra “E” (ambiental), Oura alerta para o risco de greenwashing. Embora o tema tenha recebido atenção exagerada nos últimos anos, a sustentabilidade continua essencial para a saúde e longevidade do negócio. Assim, investidores e gestores devem priorizar fundamentos sólidos, não apenas modismos do mercado.

Em resumo, governança, sustentabilidade e auditoria financeira rigorosa determinam o sucesso de investimentos corporativos. Compreender o perfil do investidor e manter processos claros garante crescimento seguro e atraente para compradores e investidores.