
O Governo Federal decidiu liberar R$ 2 bilhões em emendas parlamentares até o fim de junho.
A medida responde diretamente à pressão crescente de deputados e senadores, que vinham exigindo mais agilidade nos repasses.
Essa liberação busca não apenas acalmar a base aliada, mas também garantir apoio político para as próximas votações no Congresso.
Governo reage e acelera liberação
Após diversas queixas, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou um “mutirão” entre os ministérios para destravar os pagamentos.
A decisão foi tomada durante reunião no sábado (15), no Palácio da Alvorada, com a presença do presidente Lula, de Hugo Motta (Republicanos-PB), Arthur Lira (PP-AL) e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Embora o governo tenha autorizado R$ 50 bilhões em emendas para 2025, havia empenhado apenas R$ 152 milhões até a última sexta-feira (13).
No entanto, após a reunião, o valor subiu para cerca de R$ 500 milhões no fim de semana. Apesar disso, os dados ainda não aparecem no sistema oficial do Orçamento.
Dois fatores explicam o atraso: primeiro, a sanção tardia da Lei Orçamentária Anual, que ocorreu apenas em abril; segundo, as novas regras do STF, que impuseram um rito mais demorado para a liberação dos recursos.
Pressão política altera pauta econômica
Incomodado com a situação, o presidente da Câmara, Hugo Motta, pautou a urgência de um projeto que revoga o aumento do IOF.
Embora a justificativa oficial esteja relacionada à carga tributária, líderes admitem que o verdadeiro motivo é a insatisfação com o não pagamento das emendas.
Dessa forma, o governo prometeu priorizar as chamadas “emendas panetone” — recursos prometidos no fim de 2024 em troca de apoio ao pacote fiscal.
Até agora, a maior parte dessas verbas permanece retida, o que aumentou o descontentamento inclusive entre parlamentares da base.
Tensão entre Planalto e Congresso se intensifica
Além da cobrança por repasses, aliados de Hugo Motta criticam o governo por usar o ministro Flávio Dino como instrumento de pressão.
A insatisfação aumentou após Dino solicitar explicações ao Congresso sobre R$ 8,5 bilhões em “emendas paralelas”.
Para os deputados, o gesto simboliza uma tentativa de enfraquecer a legitimidade do Parlamento.
Ao mesmo tempo, integrantes do governo tentam reverter o desgaste. Tanto Gleisi quanto Lindbergh Farias publicaram elogios ao presidente da Câmara nesta segunda-feira (16).
Ambos destacaram sua atuação equilibrada, reforçando a importância do diálogo institucional.
Com isso, o governo busca recompor a base e manter a estabilidade política, essencial para destravar a agenda econômica no segundo semestre.