A guerra Irã e a escalada do conflito dificultam o corte da Selic no Brasil, alerta o Santander. A tensão eleva o risco de um novo choque inflacionário, afetando a política monetária nacional.
Guerra Irã aumenta risco no ciclo monetário brasileiro
No sábado (21), os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares iranianas. Em retaliação, o Irã apoia o fechamento do Estreito de Ormuz, rota estratégica para 25% do petróleo exportado mundialmente.
Assim, a equipe do Santander, liderada por Aline Cardoso, chefe de pesquisa do Brasil, ressalta que o risco geopolítico aumentou significativamente. Se o bloqueio ocorrer, o preço do petróleo Brent pode superar US$ 120 por barril.
Inflação sobe e guerra Irã dificulta cortes da Selic
Especialistas do banco comparam o atual conflito à guerra na Ucrânia, que elevou o preço do petróleo em 27% em apenas um mês.
Agora, o foco está no risco global de desabastecimento de energia, o que pode pressionar ainda mais a inflação.
Portanto, o Banco Central terá dificuldade para iniciar o ciclo de afrouxamento monetário, já que a inflação tende a subir novamente. Dessa forma, a Selic deve se manter no patamar atual por mais tempo.
Projeções para 2026 indicam que guerra Irã atrasa juros mais baixos
Na última reunião, o Copom indicou o fim do ciclo de alta da Selic, mas reforçou que seguirá vigilante e pode apertar os juros se necessário. Além disso, sinalizou a manutenção da taxa em 15% ao ano por período prolongado.
Por isso, o Santander projeta que os cortes da Selic só comecem entre janeiro e fevereiro de 2026, após uma pausa de sete a nove meses.
Embora a curva de juros já incorpore uma redução gradual, o cenário da guerra Irã amplia a incerteza.