Política

Haddad diz que cota do Brasil no FMI pode ser revista

Segundo Haddad, a diretora-geral do FMI quer revisar as cotas com que cada país emergente contribui para o fundo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou na última quinta-feira (12) que a diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, manifestou a intenção de apresentar um cronograma para a revisão das cotas com que cada país emergente, Brasil incluso, contribui para o fundo.

“Ela disse querer apresentar uma nova fórmula para realinhamento e nos convidou a pensar sobre esta possibilidade”, disse Haddad a jornalistas após se reunir com a diretora-geral do fundo, em Marrakech, no Marrocos.

A discussão em torno da revisão das cotas dos países-membros é um dos itens da pauta da reunião anual do FMI, evento que acontece até o próximo sábado (14).

Antes das declarações de Haddad, Georgieva já havia dito que, durante o encontro, espera “avançar nas discussões sobre o aumento dos recursos da cota permanente do FMI com o objetivo de chegar a um acordo até o final deste ano”.

“O Brasil tem uma posição histórica quanto ao princípio da proporcionalidade [entre os países-membros], que está entre os fundamentos de criação do fundo. Eu disse que questões conjunturais não deveriam [afetar tal premissa], pois quando você rompe com um princípio que está entre as razões de ser da própria instituição, este organismo vai perder legitimidade e apoio no médio e longo prazo”, comentou Haddad.

O Conselho de Governadores do FMI revisa as cotas pelo menos a cada cinco anos. O último processo de reformas nas cotas foi concluído em 2010 e entrou em vigor em 2016.

Haddad defende política fiscal mais restritiva

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu na quarta-feira (11) uma política fiscal mais restritiva nos países para auxiliar o trabalho de política monetária e reduzir o risco de instabilidade financeira.

Em fala feita durante reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, no Marrocos, Haddad reiterou a importância da consolidação fiscal para garantir que a dívida pública permaneça em níveis sustentáveis.

“No atual ambiente de inflação, uma política fiscal mais restritiva pode ajudar a política monetária a reequilibrar a oferta e a demanda, reduzindo a necessidade de taxas mais elevadas durante mais tempo e, portanto, o risco de instabilidade financeira”, afirmou o ministro.

Além disso, o petista citou a importância da aprovação do novo arcabouço fiscal e a apresentação de medidas de receita que têm como finalidade zerar o déficit primário do governo brasileiro em 2024.

“Como resultado destas e de outras medidas, a confiança na sustentabilidade da dívida do Brasil melhorou”, pontuou.

Para finalizar, Haddad afirmou que a atividade global parece ter perdido dinamismo nos últimos meses e deve desacelerar ainda mais nos próximos anos, representando um grande risco para as nações emergentes.