O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta quinta-feira (19) em alta, com investidores atentos ao pacote fiscal. O mercado também reage ao Relatório Trimestral de Inflação do BC (Banco Central) e segue acompanhando o estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por volta das 10h17 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma alta de 0,33%, aos 121.167 pontos.
Por sua vez, o dólar comercial oscilava, com queda de 0,04%, cotado a R$ 6,2878.
O pacote fiscal continua em destaque. Após adiar a discussão, a Câmara dos Deputados deve votar, nesta quinta-feira (19), a proposta de emenda à Constituição para endurecer as regras de acesso ao abono salarial, encaminhada pelo Executivo.
O BC divulgou o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) na manhã desta quinta-feira (19), com coletiva marcada para às 11h. No documento, a instituição avalia que há 100% de chance de que a inflação fique acima do teto da meta para 2024, mencionando que o índice acumulado saltou de 4,2% em agosto para 4,9% em novembro.
Outro destaque é o estado de saúde do presidente Lula. Nesta quinta-feira (19), ele passa por uma tomografia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e depois viaja de volta para Brasília.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
No RTI, o BC prevê uma inflação de 4,6% em 2025 e de 4% para 2026, percentuais distantes da meta, de 3%. Segundo a instituição, podem dificultar o controle do índice “expectativas de inflação desancoradas por muito tempo, inflação de serviços mais resiliente em função da atividade econômica aquecida e políticas econômicas”.
Outro fator preocupante é a continuidade de políticas de controle de câmbio pelo BC, com um novo leilão de dólares à vista (o quinto da última semana) nesta quinta-feira (19). Nele, são aceitas propostas no valor total de até US$ 3 bilhões. Nesta quarta-feira (18), dia em que não houve intervenção, o dólar à vista disparou 2,78%, a R$ 6,2657.
O Ibovespa também responde à redução na estimativa do BC de expansão de crédito em 2024, para 10,6%, queda em relação à previsão de setembro, de 11,1%, como divulgado no RTI. Para 2025, o banco prevê alta de 9,6%, ante estimativa anterior de 10,3%. Para o crédito às famílias, espera-se alta de 11,7% em 2024.
Já no cenário internacional, o Banco Central da Inglaterra decidiu manter a taxa de juros do país em 4,75% ao ano, como já era esperado por analistas. Porém, autoridades divergiram, com três dos nove membros do Comitê de Política Monetária votando a favor de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa, para 4,5%.
Continua repercutindo, também, a decisão do Fed (Federal Reserve) desta quarta-feira (18) de reduzir a taxa de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual.