O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta quarta-feira (4) oscilando, com as expectativas de investidores para a apresentação de relatório sobre a reforma tributária no Senado. O mercado também reage à disparada dos juros futuros e está atento à agenda de Lula.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da reforma tributária na Casa, afirmou que está trabalhando para apresentar seu parecer sobre a regulamentação ainda nesta quarta-feira (4). Braga esteve em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e destacou que houve avanços, como o fechamento de questões da cesta básica.
Por volta das 10h22 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma queda de 0,03%, aos 126.102 pontos.
Por sua vez, o dólar comercial subia, apresentando uma alta de 0,10%, cotado a R$ 6,0501.
Enquanto isso, a alta dos juros futuros no pregão de terça-feira (3) continua preocupando investidores. O mercado precificou a Selic terminal em 15%, em reação ao crescimento do PIB acima do esperado e preocupações fiscais. Estas questões reforçaram expectativas de políticas mais contundentes do BC (Banco Central).
Em meio a esse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem discutido temas importantes para a economia. Nesta quarta-feira (4), ele esteve em reunião com os ministros da Fazenda, Previdência Social e da Casa Civil sobre o andamento da reforma tributária, com expectativas de ser concluída ainda neste ano.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
Segundo Braga, o avanço da reforma tributária depende dos presidentes da CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania), Davi Alcolumbre, e do Senado, Rodrigo Pacheco. O senador também afirmou que não há possibilidade de votação extraordinária da reforma.
Enquanto isso, os desafios para a economia brasileira geram pessimismo no mercado. Nesta quarta-feira (4), a XP previu possíveis dificuldades em setores como contas públicas, inflação e câmbio. A casa voltou a ressaltar a necessidade de políticas fiscais e monetárias para estabilizar a macroeconomia.
Outro destaque do dia é a espera pelo discurso do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, nesta quarta-feira (4) às 15h45 (horário de Brasília). Investidores aguardam pistas sobre o futuro da política monetária dos EUA antes da última reunião do Fed deste ano, para a qual é esperado um corte nos juros em 25 pontos-base.
EUA
Na véspera, os dados mostraram que o número de vagas de emprego nos EUA alcançou 7,74 milhões em outubro, superando as expectativas dos economistas.
Após o fechamento do mercado, as ações da Salesforce dispararam 10% na negociação estendida, impulsionadas por resultados fiscais do terceiro trimestre que ultrapassaram as projeções de receita.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,29%
S&P 500 Futuro: +0,15%
Nasdaq Futuro: +0,36%
Bolsas asiáticas
Os mercados da Ásia-Pacífico encerraram o dia majoritariamente em baixa, com os olhares voltados para a Coreia do Sul, onde o presidente Yoon anunciou e, posteriormente, revogou a lei marcial, provocando a maior crise política do país em décadas.
Em resposta, uma coalizão de legisladores oposicionistas declarou planos para iniciar um processo de impeachment, com votação prevista para os próximos dias. Paralelamente, o Banco da Coreia anunciou medidas para ampliar a liquidez de curto prazo e estabilizar os mercados de câmbio.
Shanghai SE (China), -0,42%
Nikkei (Japão): +0,07%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,02%
Kospi (Coreia do Sul): -1,44%
ASX 200 (Austrália): -0,38%
Bolsas europeias
Na Europa, os mercados operam em alta, enquanto os parlamentares franceses se preparam para decidir o futuro do governo do primeiro-ministro Michel Barnier.
A crise política foi intensificada após Barnier utilizar poderes constitucionais para aprovar um polêmico orçamento sem consulta parlamentar.
Dados do PMI da região, aguardados para hoje, podem oferecer mais detalhes sobre o desempenho econômico europeu.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,26%
DAX (Alemanha): +0,51%
CAC 40 (França): +0,32%
FTSE MIB (Itália): +0,82%
STOXX 600: +0,18%