A Igreja Católica é a instituição que a população mais confia, e na outra ponta, os partidos políticos recebem o maior percentual de falta de confiança dos brasileiros.
Essas são algumas das conclusões de uma pesquisa Genial/Quaest com entrevistas realizadas entre os dias 13 e 17 de agosto, e que foi divulgada nesta segunda-feira (8).
O levantamento revela que as instituições mais confiáveis na visão dos brasileiros são aquelas relacionadas à “força e à fé”, como descreve a Genial/Quaest em seu relatório.
Entre essas instituições, aparece no topo do ranking a Igreja Católica, com o maior índice de confiabilidade (73%), seguida da Polícia Militar (71%), das Forças Armadas (70%) e das igrejas evangélicas (65%).
Na sequência, os bancos, com 63% de índice de confiabilidade, estão empatados com a opinião dos brasileiros sobre o “Prefeito da sua cidade”.
O percentual dos prefeitos está acima de todos os outros grupos que pertencem à classe política, como presidente, parlamentares e partidos políticos.
Igreja à frente das instituições políticas e jurídicas
O presidente da República, colocado no questionário como uma instituição, sem vinculação com o nome do ocupante da cadeira, recebeu 54% de indicações de confiabilidade. A Imprensa também aparece com esse patamar de confiança perante a população.
Já o Supremo Tribunal Federal, única instituição do Judiciário a aparecer na lista, recebeu 50% de índice de confiança dos brasileiros.
O Congresso Nacional teve percentual menor do que o do STF, com 45% de grau de confiança, apenas um pouco à frente da visão da população sobre os juízes de futebol (43%).
Nos últimos lugares da pesquisa em relação à confiança da população estão as redes sociais, com 41%, e os partidos políticos, com apenas 36%.
O levantamento também apurou o grau de desconfiança da população em relação a essas mesmas instituições. O resultado foi o seguinte:
Partidos políticos – 63% não confiam; Redes Sociais – 57%; Juiz de Futebol – 52%; Congresso Nacional – 52%; STF – 47%; Imprensa – 44%; Presidência da República – 44%; Bancos – 36%; Prefeito da sua cidade – 35%; Igrejas evangélicas – 32%; Militares/Forças Armadas – 28%; Polícia Militar – 28%; Igreja Católica – 25%.
No recorte por regiões, a Igreja Católica é a instituição mais confiável para os entrevistados das regiões Nordeste (75%) e Sudeste (70%).
Já para quem é da região Norte/Centro-Oeste, a Igreja é a mais confiável junto com os Militares/Forças Armadas (76%). Na região Sul, a instituição apontada como a mais confiável foi o Prefeito da sua cidade (76%).
Em relação ao grau de desconfiança, os partidos políticos foram unânimes como a que possui os maiores percentuais em todas as regiões (Sudeste 67%, Sul 62%, Norte/Centro-Oeste 61% e Nordeste 58%).
Eleitores de Lula e Bolsonaro com visões diferentes
Em meio aos eleitores do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro, existem divergências em relação às instituições mais confiáveis e aquelas que a população menos confia.
Para os eleitores do líder petista, a instituição Presidente da República está em primeiro lugar, com percentual de 81% de confiança. Logo depois vêm Igreja Católica (76%) e STF (73).
Do lado contrário, Redes Sociais (56%) partidos políticos (55%) e juiz de futebol (49%) são as instituições que receberam o menor percentual de confiança dos eleitores lulistas.
Já os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro apontam a Polícia Militar como a instituição mais confiável, com 80% de menções, seguida de Igrejas Evangélicas (74%) e Militares/Forças Armadas e Igreja Católica (72%).
Na visão dos bolsonaristas, a Presidência da República (77%) é a instituição menos confiável, seguida do STF (76% de menções) e partidos políticos (70%).
“As instituições de fé e força seguem mais bem avaliadas que as democráticas. Vivemos uma crise marcada por um gap de expectativas: espera-se que o Estado entregue serviços, representatividade e estabilidade, mas há um déficit de resultados. Em meio à incerteza, as pessoas tendem a confiar mais em instituições que prometem ordem, propósito e estrutura” afirma o cientista político e diretor do instituto Quaest, Felipe Nunes.
A pesquisa sobre a confiança nas instituições ouviu 12.150 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 13 e 17 de agosto, e considerou a margem de erro de 1 a 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiabilidade é de 95%.