
O investimento em infraestrutura no Brasil alcançará R$ 278 bilhões em 2025, conforme revelou um estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
No entanto, esse montante representa apenas 2,21% do PIB (Produto Interno Bruto), valor ainda distante dos 4% considerados ideais para destravar a economia e corrigir gargalos logísticos.
Mesmo com avanços importantes, o país segue investindo menos do que o necessário para sustentar o crescimento de longo prazo.
Investimento em infraestrutura cresce, mas país precisa dobrar aportes
Embora o estudo indique um crescimento relevante em relação aos anos anteriores, os recursos ainda estão longe de atender às demandas nacionais.
A CNI contratou a Inter.B Consultoria para levantar os dados, que demonstram uma recuperação gradual.
Contudo, para superar os desafios de competitividade, o Brasil precisa praticamente dobrar os investimentos.
Portanto, o setor público e o capital privado devem atuar em conjunto e com mais intensidade.
Transporte lidera os investimentos e impulsiona a logística nacional
O setor de transportes receberá R$ 89,9 bilhões em 2025, o maior volume entre as áreas analisadas. Esse valor representa uma alta de 28,4% frente a 2024.
Dentro do setor, o governo e a iniciativa privada alocarão R$ 46,4 bilhões em rodovias, R$ 20 bilhões em ferrovias e R$ 12,1 bilhões em mobilidade urbana.
Com isso, o país busca reduzir o custo logístico, facilitar o escoamento da produção e integrar mercados regionais.
Setor de saneamento atrai recursos e oferece retorno social
De forma semelhante, o setor de saneamento básico também registrará um avanço expressivo. Os aportes previstos chegam a R$ 46 bilhões, com aumento de 51,3% em relação ao ano anterior.
Governos estaduais e municipais têm priorizado projetos de coleta e tratamento de esgoto, especialmente após a aprovação do novo marco legal.
Além disso, Parcerias Público-Privadas (PPPs) têm ampliado a participação do setor privado, acelerando a execução das obras.
Investimento em infraestrutura aumenta, mas gargalos ainda persistem
Em 2024, o Brasil investiu R$ 266,8 bilhões em infraestrutura, o que representou 2,27% do PIB. O setor de energia elétrica concentrou R$ 112,8 bilhões, seguido pelos transportes (R$ 84,6 bilhões), saneamento (R$ 41,1 bilhões) e telecomunicações (R$ 28,3 bilhões).
Apesar desse avanço, gargalos estruturais continuam comprometendo o ambiente de negócios e travando a expansão da produtividade em diversos setores.
Leilões e PAC devem acelerar investimento em infraestrutura
Nos próximos anos, o governo pretende ampliar os aportes com o apoio do setor privado. De acordo com levantamento da Exame, o Brasil realizará mais de 100 leilões de infraestrutura — uma média de um certame a cada quatro dias.
Ao mesmo tempo, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) planeja investir quase R$ 600 bilhões até 2026.
Até o fim de 2024, o governo já havia executado R$ 711 bilhões, embora apenas 16,6% das obras tenham sido finalizadas.
Brasil ganha destaque global com infraestrutura verde e agro
Além disso, o estudo da CNI ressalta que o Brasil possui atrativos relevantes para investidores internacionais.
O país reúne território vasto, uma economia agroindustrial robusta e grande potencial na transição energética.
Fontes renováveis e projetos de descarbonização posicionam o Brasil como protagonista global em infraestrutura sustentável, fator cada vez mais valorizado por fundos e bancos multilaterais.