
O ano de 2026 traz desafios e oportunidades para investidores brasileiros. Especialistas recomendam setores defensivos como telecomunicações, saneamento e energia. Além disso, fundos imobiliários premium seguem no radar apesar da Selic alta.
Portanto, diversificação geográfica e cautela com crédito privado são essenciais. Consequentemente, quem souber posicionar a carteira pode aproveitar um ciclo eleitoral volátil.
Ano eleitoral pressiona juros e amplia incertezas no Brasil
O ano eleitoral promete volatilidade para os mercados brasileiros. Bruno Perri, economista-chefe da Forum Investimentos, aponta desafios importantes pela frente. “O ano eleitoral é garantia de volatilidade”, afirma o especialista.
A atividade econômica perde ritmo gradualmente. Além disso, o Banco Central acompanha variáveis como inflação de serviços e expectativas. Portanto, o ciclo de cortes da Selic não deve ser profundo.
Enquanto isso, a política fiscal tende a seguir expansionista. Em ano eleitoral, o governo mantém gastos elevados. Consequentemente, a pressão sobre juros e inflação permanece.
Mesmo com cortes pontuais, a Selic deve ter um piso elevado. Portanto, investidores precisam se preparar para juros em dois dígitos por mais tempo.
Cenário internacional adiciona risco aos mercados emergentes
No exterior, o Federal Reserve atua para esfriar a economia americana. Além disso, busca convergir a inflação à meta de 2% ao ano. Portanto, os próximos movimentos da autoridade monetária influenciarão os mercados globais.
Donald Trump retorna à Casa Branca com política econômica errática. Além disso, o calendário inclui eleições de meio de mandato nos EUA. Consequentemente, a volatilidade internacional tende a aumentar.
A China enfrenta dificuldades para expandir seu mercado interno. Além disso, registra perda de ritmo no crescimento econômico. Portanto, o país busca reduzir a dependência das exportações.
Esse cenário afeta diretamente os preços das commodities. Consequentemente, países emergentes, como o Brasil, sentem reflexos na balança comercial.
Bruno Perri recomenda preferência por setores defensivos no próximo ano. Empresas com forte geração de caixa e histórico consistente de dividendos lideram as recomendações.
“Esperando volatilidade para 2026, temos preferência por setores defensivos”, explica Perri. Portanto, telecomunicações, saneamento e energia elétrica entram no radar.
Bancos selecionados também podem se beneficiar do cenário
Parte do setor financeiro também aparece entre as oportunidades. Bancos com boa gestão de risco e política consistente de dividendos tendem a se destacar.
Esses ativos historicamente se beneficiam de ciclos de cortes de juros. Consequentemente, podem ganhar tração ao longo do ano.
Apesar da expectativa de menor crescimento do PIB, surgem oportunidades na economia doméstica. Os cortes graduais da Selic favorecem setores específicos. Além disso, a eventual queima de prêmio nas curvas de juros ajuda.
Setor imobiliário ganha tração com possível queda da Selic
O setor imobiliário aparece com destaque entre os beneficiados. Construtoras e incorporadoras tendem a se beneficiar de juros mais baixos. Além disso, varejistas também entram no radar dos especialistas.
“Havendo hoje bastante prêmio nas curvas de juros, os cortes podem favorecer a economia doméstica”, analisa Perri. Portanto, empresas ligadas ao consumo interno têm espaço para valorização.
Fundos imobiliários seguem relevantes mesmo com Selic em 15%
Os fundos imobiliários continuam relevantes apesar da Selic elevada. Marcelo Menezes, CEO da Capital Concreto, defende o papel dos FIIs na carteira.
“Mesmo com Selic alta, fundos imobiliários têm espaço em uma estratégia bem estruturada”, afirma.
O ambiente de juros elevados exige maior rigor na seleção. Entretanto, não invalida o investimento imobiliário como ativo real. Portanto, o foco deve estar na qualidade dos ativos.
“O investidor precisa olhar menos para o dividendo pontual e mais para a qualidade do ativo”, orienta Menezes.
Para 2026, alguns segmentos específicos se destacam entre os fundos imobiliários, segundo os especialistas.
Fundos logísticos com contratos de longo prazo lideram as preferências. Inquilinos sólidos garantem previsibilidade de receita. Além disso, o crescimento do e-commerce mantém a demanda aquecida.
Escritórios localizados em regiões como Faria Lima, Vila Olímpia e Leblon seguem atrativos. Além disso, se beneficiam da escassez de ativos de alta qualidade.
“Ativos premium com localização especial mostram resiliência”, destaca Bruno Perri.
Diversificação internacional se torna ainda mais necessária
Bruno Perri defende a diversificação internacional independentemente do cenário doméstico. “Sempre vale, independentemente do cenário”, afirma.
Além disso, a estratégia protege contra o risco Brasil e ajuda a preservar o poder de compra global.
ETFs e BDRs surgem como portas de entrada para a diversificação internacional. Esses instrumentos dão acesso às principais empresas dos EUA e da Europa, com liquidez e custos reduzidos.
Para investidores com maior patrimônio, a recomendação é considerar investimentos diretos no exterior.
“A sugestão é acessar bonds, ETFs e ações diretamente nos EUA”, orienta Perri.
Bruno Perri adota postura cautelosa com crédito privado para 2026. Os spreads estão comprimidos, enquanto o ambiente de crescimento menor e juros elevados pressiona o caixa das empresas.
Fundos de crédito ganham vantagem sobre seleção individual
Diante desse cenário, acessar crédito por meio de fundos com gestão profissional se mostra mais prudente. Volatilidade de curto prazo e reavaliação de ratings podem ocorrer.
Os multimercados apresentaram desempenho melhor em 2025. Entretanto, Perri segue preferindo outras alternativas. A combinação de juros elevados, taxas altas e cenário volátil dificulta a gestão ativa.
A exposição a criptomoedas se consolida como alternativa relevante, especialmente em portfólios mais arrojados. O Bitcoin lidera as preferências dos especialistas.
Apesar do potencial, a dosimetria deve ser cautelosa. Alocações entre 1% e 5% do patrimônio são recomendadas.
A consolidação ou desistência de candidaturas tende a mexer com os mercados. Pesquisas eleitorais impactarão câmbio, inflação e bolsa.
“Investidores em busca de oportunidades tentam entender o próximo ciclo”, observa Perri. Grandes movimentos de valorização podem depender do resultado eleitoral. Portanto, quem souber se posicionar pode se beneficiar.