Alívio temporário

Linha de crédito de R$ 30 bi alivia impacto das tarifas dos EUA

Linha de crédito para exportadores de R$ 30 bi ajuda empresas a enfrentar tarifas dos EUA, mas economista alerta para riscos fiscais

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O economista e especialista em investimentos Danilo Coelho avalia que a nova linha de crédito para exportadores, de aproximadamente R$ 30 bilhões, dará fôlego inicial às empresas brasileiras atingidas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

A medida beneficiará especialmente setores como o de café e o de suco de laranja, que dependem fortemente do mercado americano e tiveram a produção represada

Linha de crédito para exportadores não resolve no longo prazo

Coelho afirma que, embora o crédito permita manter a produção e preservar empregos no curto prazo, ele não soluciona o problema estrutural. Caso novas tarifas entrem em vigor, apenas crédito não sustentará a competitividade.

Além disso, empresas altamente dependentes do mercado americano continuarão vulneráveis a oscilações externas.

Linha de crédito para exportadores exige diversificação de mercados

O especialista defende que o governo adote medidas complementares. Primeiramente, negociar com os Estados Unidos para eliminar tarifas reduziria o impacto imediato. Em seguida, abrir novas cadeias de distribuição com outros países aumentaria a segurança comercial.

No entanto, substituir um parceiro do porte dos EUA é extremamente difícil, já que o consumo norte-americano representa uma fatia significativa das exportações brasileiras.

Linha de crédito para exportadores pode pressionar fiscal e câmbio

Segundo Coelho, o cenário fiscal apertado torna a medida arriscada. O aumento dos gastos pode elevar a percepção de risco do Brasil, incentivando a saída de investidores e pressionando o dólar.

Apesar disso, no curto prazo, o pacote preserva a capacidade produtiva e de consumo. Essa estabilidade pode abrir espaço para o Banco Central considerar cortes nos juros, favorecendo a economia.

Coelho reforça que a linha de crédito para exportadores representa um suporte imediato essencial, mas que o governo precisa criar soluções estruturais. Diversificar mercados e reduzir a dependência dos Estados Unidos são passos cruciais para proteger a economia contra futuras barreiras comerciai