Posse simbólica

Lula recebe Galípolo no Alvorada nesta segunda-feira

O presidente da república também vai firmar o decreto de reajuste do salário mínimo

Presidente Lula
Presidente Lula / Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai receber o próximo presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (30), às 15h.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também vai participar do encontro, que deve funcionar como uma “posse simbólica”, com a assinatura do termo de posse de Galípolo e uma fotografia do novo presidente da instituição com Lula.

Galípolo vai tomar posse oficialmente em 1º de janeiro, após o fim do mandato de Roberto Campos Neto, na terça-feira (31).

Lula também vai firmar o decreto de reajuste do salário mínimo de R$ 1.412 para R$ 1.518 nesta segunda-feira (30), às 16h.

Mercado acende alerta sobre política monetaria com aceno de Lula a Galípolo

A relação de atrito entre o BC (Banco Central) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece estar com os dias contados. Contudo essa notícia não agrada parte dos investidores.

A posse de Gabriel Galípolo, 42 anos, está marcada para quarta-feira (01). Em sua trajetória, defendeu políticas que se alinham a políticos de esquerda e as vezes entram em confronto com o mercado.

A duvida que paira agora é sobre a possibilidade de independência do banco central, como apurou a agência ‘Reuters’ em entrevista a seis ex-diretores do Banco Central. Galípolo assume após a presidência de Campos Neto que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021. A janela de mandato visa o impedimento da intervenção política na diretoria do órgão.

Transição e história

Com a decepção do resultado sobre o aguardado pacote de gastos, o valor do Dólar disparou e o cenário do Brasil passou a ser considerado de grande risco para investidores. Galípolo e Campos Neto deram uma coletiva em novembro onde tentaram apaziguar as críticas e prometeram um tom de continuidade.

No dia seguinte, Lula teceu elogios ao futuro chefe do BC, prometendo disciplina fiscal e autonomia. Uma reunião em meio causou preocupação quando o indicado do presidente e mais três colegas votaram num corte maior dos juros do que os chancelados por Bolsonaro.

Todas as decisões do COPOM (Comité de Política Monetária) foram unanimes de maio até dezembro e agora os indicados pelo petista vão ocupar a maioria das cadeira do conselho.

“O ‘forward guidance’ foi feito exatamente porque há receios,” disse Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC durante o primeiro mandato de Lula. “É muito mais um sintoma, um reconhecimento de que há sérias dúvidas sobre como será o comportamento dele, se ele de fato será autônomo ou não.”

“A posse efetiva a gente verá depois de março”, disse Schwartsman. “Ate lá os fantasmas do Copom passado vão estar tocando o jogo.”