O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi liberado pela equipe médica do Hospital Sírio-Libanês e voltou a Brasília (DF) nesta quinta-feira (19). Nesta sexta-feira (20), o presidente volta aos compromissos oficiais com uma reunião ministerial às 13h, no Palácio da Alvorada, em vez do Palácio do Planalto.
O encontro foi planejado para ser menos desgastante que uma reunião ministerial comum, mas aliados não acreditam que Lula deve diminuir o ritmo de suas atividades, já que ele seria naturalmente inquieto, segundo informações do “InfoMoney”.
Aparentemente, quem pode fazê-lo desacelerar é a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, que costuma pedir para que o presidente cuide da saúde e é uma das pessoas a quem ele mais ouve. Além disso, Lula se mostrou assustado em suas primeiras declarações após a internação.
Ninguém no mercado tem mais responsabilidade fiscal do que eu, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (15) que, embora o pacote de corte de gastos tenha sido elaborado pela sua equipe econômica, a decisão final sobre o texto cabe ao Congresso. Lula afirmou que os temores do mercado, como a valorização do dólar e a queda das ações, são apenas “bobagem”.
Entre os principais pontos do pacote, está a proposta de vincular o reajuste do salário mínimo às regras do arcabouço fiscal, com um limite de crescimento das despesas entre 0,6% e 2,5% ao ano.
Além disso, o governo planeja revisar as condições do abono salarial, com uma transição gradual para beneficiar apenas aqueles que recebem até 1,5 salário mínimo.
“Não é a primeira vez que eu sou presidente”, afirmou, em entrevista ao Fantástico, da rede Globo. “Ninguém neste país, ninguém, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu.”
Pouca chance de mudanças mais rígidas no Congresso
Apesar das críticas ao pacote econômico e das pressões do mercado, aliados do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não acreditam que o Congresso faça alterações significativas no texto.
Muitas propostas sugeridas, como o aperto nos gastos com saúde e educação ou restrições ao acesso a benefícios sociais, são vistas como pouco viáveis no cenário legislativo atual.
Lula, que recebeu alta do hospital e retornou à sua residência em São Paulo, deverá permanecer na cidade até quinta-feira (19) para realizar uma tomografia, após passar por uma cirurgia de emergência na semana passada devido a um sangramento intracraniano. Depois desse período, é esperado que ele viaje para Brasília.