Pesquisa da Gerp

Maior parte da população está pessimista com o futuro do Brasil

Os mais pessimistas são predominantemente homens (índice de 78,74), pessoas com renda de até um salário-mínimo (68,75)

Café com BPM / Ibovespa
Foto: Freepik

A maioria dos brasileiros está pessimista em relação ao futuro do Brasil, segundo o Índice de Confiança da Gerp, divulgado no sábado (18). O levantamento registrou o índice em 79,97, em uma escala de 0 a 200, sendo 0 o mínimo e 200 o máximo.

A pesquisa avalia a percepção dos entrevistados sobre a situação atual do país, as perspectivas para os próximos seis meses, renda, desemprego e poder de compra. O índice reflete o sentimento de inclusão do brasileiro no desenvolvimento econômico do país e pode oscilar com o tempo.

Os mais pessimistas são predominantemente homens (índice de 78,74), pessoas com renda de até um salário-mínimo (68,75), indivíduos entre 45 e 59 anos (77,24) e moradores da Região Centro-Oeste (69,38).

Por outro lado, os mais otimistas são mulheres (81,05), pessoas com renda superior a 30 salários-mínimos (99,84), jovens com menos de 24 anos (105,33) e residentes na Região Norte (92,01), conforme apontou a Exame.

A fuga de capitais no Brasil e os novos ventos do empreendedorismo

Desde 2022, o Brasil vem enfrentando um cenário de retração no fluxo de capitais estrangeiros destinados ao empreendedorismo e à inovação. Os dados do relatório anual da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) revelam uma queda expressiva de 35% no volume total investido em startups no país em 2023, comparado ao ano anterior. As rodadas de investimento de estágio avançado, que movimentaram cerca de US$ 9,8 bilhões em 2021, caíram para US$ 6,3 bilhões em 2023, segundo levantamento da Distrito, evidenciando um momento de desaquecimento do mercado.

Essa redução nos investimentos aqui é o resultado de uma combinação de fatores internos e externos, como uma instabilidade econômica global, impulsionada pelo aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e pela aversão a risco por parte dos investidores, que contribuiu para redirecionar o capital para mercados mais estáveis. Internamente, a piora dos principais indicadores econômicos contribuíram para que os investidores segurassem os cheques; como o descontrole das contas públicas e consequente déficit primário, dólar galopante, ataques desnecessários ao BACEN feitos pelo Presidente da República e a notória insegurança jurídica. Tudo isso combinado gera um cenário de incerteza quanto ao nosso país e desestimula a confiança dos investidores estrangeiros.

Porém, o empreendedorismo brasileiro não para nunca, mesmo diante desse cenário desafiador. Olhando agora pelo lado positivo, a simplificação do ambiente regulatório para startups, através do Marco Legal das Startups (Lei Complementar nº 182/2021), vem gerando resultados e ajuda o ecossistema a se manter atraente para investidores. Além disso, programas governamentais, como o Startup Brasil e o Inova Simples, oferecem incentivos fiscais e suporte financeiro para novos empreendimentos.