"Pode piorar antes de melhorar"

Morgan Stanley rebaixa Brasil citando riscos fiscais

Banco teme que situação fiscal do país faça com que políticas monetárias para diminuir inflação se tornem ineficazes

Foto: Reprodução/LinkedIn/Morgan Stanley
Foto: Reprodução/LinkedIn/Morgan Stanley

O Morgan Stanley rebaixou sua recomendação para ações brasileiras para underweight, sinalizando que investidores devem diminuir sua exposição ao país, em razão dos crescentes riscos fiscais. “As coisas ainda podem piorar antes de melhorar”, afirmou o banco, em relatório publicado nesta segunda-feira (18).

Isto quer dizer que pode haver um cenário de recuperação do Brasil, mas que ainda pode ser cedo para investidores apostarem em um cenário positivo.

Segundo o texto, a situação fiscal do Brasil está piorando e deve fazer com que políticas monetárias para frear a inflação se tornem ineficazes. “O curso atual seguido pelos formuladores de políticas públicas sugere um alto risco desse cenário se materializar”, destacou o Morgan Stanley.

Por outro lado, o relatório sugere que pode haver um rebalanceamento do modelo de crescimento do país, com aproximação de investimentos e exportações e distanciamento dos gastos e consumo.

“As taxas de juros precisam cair no Brasil e o mercado precisa se afastar dos riscos associados à dominância fiscal”, destacou o banco.

“Vamos monitorar sinais de uma mudança de curso dos formuladores de políticas públicas que possa afastar o país do modelo de gastos e aumento da dívida para o de investimentos e queda nos juros, levando o mercado de capitais do Brasil”, completou.

No mundo, o banco também rebaixou recomendações para o México, preocupado com o governo populista do país. Por outro lado está otimista com o Chile, Colômbia e Argentina, onde prevê melhoras na política.

Petrobras (PETR4): Morgan Stanley vê operação na África do Sul como positiva

A entrada da Petrobras (PETR4) no negócio de Exploração & Produção na África do Sul foi marcada através do anunciou da aquisição de 10% no bloco Deep Western Orange Basin (DWOB).

A TotalEnergies é a operadora do bloco, e tem a QatarEnergy e Sevigyn Pty como parceiros.

Conforme análise do Morgan Stanley, a aquisição faz parte de estratégia da Petrobras para abordar substituição de reservas no longo prazo.

As descobertas na região tem sido atraentes e, por isso, na avaliação do banco, a aquisição oferece chance de obtenção de inteligência de mercado a um custo baixo.

A base do argumento é a proximidade do bloco à grande descoberta de petróleo feita na Namíbia em 2022.

O Morgan vê que, apesar da exposição atual ser de natureza exploratória e que uma potencial descoberta só apresentaria desenvolvimento no futuro, a relação parece de bom risco/retorno.

Para os analistas do Morgan, o centro da tese de investimento da Petrobras segue sendo a remuneração de acionistas e, para tanto, a uma boa alocação de capital.

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