Em recuperação

MRV (MRVE3) gera caixa com Resia e projeta recuperação

MRV registra geração de caixa de R$ 136,4 mil no 2T25 com apoio da Resia; lançamentos crescem, mas velocidade de vendas recua.

MRV vende R$ 2,21 bi no segmento de incorporação no 3T23 / Divulgação
MRV vende R$ 2,21 bi no segmento de incorporação no 3T23 / Divulgação

A MRV (MRVE3) encerrou o segundo trimestre de 2025 com geração de caixa de R$ 136,4 milhões, conforme prévia operacional divulgada pela empresa na noite da última segunda – feira (14).

Esse resultado marca uma virada importante para a companhia, que vinha de uma sequência de prejuízos no fluxo de caixa: foram R$ 381,4 milhões negativos no primeiro trimestre e R$ 375,9 milhões de queima no mesmo período de 2024.

Esse desempenho positivo reflete principalmente o impacto da Resia, subsidiária da MRV nos Estados Unidos, que impulsionou o caixa com a venda de ativos e redução de investimentos.

MRV conta com Resia para sustentar recuperação

A Resia gerou US$ 39,3 milhões em caixa entre abril e junho, revertendo a queima de US$ 65,9 milhões registrada no segundo trimestre do ano passado. A estratégia da MRV de focar na alienação de ativos no exterior começa a dar resultado. Com isso, o grupo conseguiu aliviar a pressão sobre o caixa consolidado.

Além disso, outras unidades da holding também contribuíram: a Urba, voltada para loteamentos, entregou R$ 8,7 milhões em caixa positivo, enquanto a Luggo, que atua na locação de imóveis, consumiu R$ 30,1 milhões.

MRV Incorporação ainda preocupa, mas vê sinais positivos

Apesar dos avanços, a MRV Incorporação — principal braço da companhia — ainda apresentou queima de caixa de R$ 54,1 milhões no trimestre. Contudo, parte desse resultado decorre de fatores pontuais.

Primeiramente, a Caixa Econômica Federal alterou o processo de liberação de recursos, agora condicionado ao registro dos contratos. Essa mudança gerou um impacto de R$ 45 milhões negativos. Além disso, cerca de 1.324 unidades vendidas não puderam ser repassadas aos bancos, o que impediu o reconhecimento como receita.

Segundo a própria MRV, sem esses efeitos, o resultado seria geração de caixa de R$ 88 milhões.

Empresa eleva lançamentos e vendas, mas reduz velocidade de vendas

A MRV lançou R$ 3,4 bilhões em VGV no segundo trimestre, alta de 54% em comparação com o mesmo período de 2024. No semestre, os lançamentos somaram R$ 6,3 bilhões, representando uma expansão de 65,5%.

Enquanto isso, as vendas líquidas alcançaram R$ 2,6 bilhões, o que significa um avanço de 5,8% em relação ao 2T24. No acumulado do semestre, as vendas atingiram R$ 4,8 bilhões, alta de quase 4% ano a ano.

Por outro lado, a velocidade de vendas (VSO) caiu para 25% no trimestre, uma queda de 9,4 pontos percentuais. Já a produção de unidades cresceu 11%, totalizando 9.872 imóveis.

Avaliação mista, mas COM recomendação de compra

Mesmo com os desafios, analistas enxergam potencial. A XP Investimentos classificou o desempenho como “ligeiramente positivo”, destacando a melhora no caixa. Já o BTG Pactual afirmou que os resultados vieram mistos, o que deve manter o mercado neutro a curto prazo.

Contudo, o BTG ressaltou que a recuperação da MRV está atrasada, embora o potencial de valorização justifique a recomendação de compra para as ações da empresa.