A Polícia Federal cumpriu mandados de prisão e bloqueou bens de empresas ligadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital). As autoridades apontam que essas companhias foram usadas para lavar dinheiro de forma organizada. Portanto, com a Operação Carbono Oculto, o esquema bilionário começou a ser desmantelado rapidamente.
Além disso, a investigação identificou mais de mil postos de combustíveis em dez estados, todos usados para dar aparência legal ao dinheiro ilícito. Ao mesmo tempo, fintechs e instituições financeiras movimentavam recursos do crime, dificultando a fiscalização e aumentando a complexidade do esquema.
A Receita Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens de envolvidos, fortalecendo o combate ao crime organizado. Dessa forma, a operação demonstrou passo a passo como o PCC misturava recursos legais e ilegais, tornando difícil rastrear o dinheiro.
Como o PCC usava o setor de combustíveis
Os postos de gasolina recebiam pagamentos em espécie ou via maquininhas, o que permitia ao PCC inserir a renda do crime na economia formal. Além disso, a Receita constatou que essas empresas movimentaram cerca de R$ 52 bilhões, valor muito superior aos impostos pagos.
Ainda mais, usinas sucro-alcooleiras, transportadoras e distribuidores de combustíveis funcionavam como frentes legais. Dessa maneira, o PCC conseguia movimentar grandes somas de dinheiro sem levantar suspeitas, criando camadas de legalidade que protegiam seus recursos.
Fintechs e instituições financeiras envolvidas
Empresas financeiras recebiam valores do crime e reinvestiam de forma estratégica. As contas-bolsão permitiam que recursos de diversos clientes circulassem juntos, impossibilitando identificar movimentações individuais. Em seguida, o PCC aplicava esses valores em fundos controlados, consolidando a lavagem de dinheiro.
Entre as instituições de pagamento investigadas estão:
- BK Instituição de Pagamento S.A.
- Bankrow Instituição de Pagamento S.A.
As administradoras e gestoras de fundos incluem:
- Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA
- Reag Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A.
- Ello Gestora de Recursos LTDA
- Libertas Asst S/A
- Banvox Distribuidora de Títulos e Valores LTDA
Distribuidoras de combustíveis ligadas ao esquema
O setor de combustíveis envolveu diversas empresas, incluindo:
- Aster Petróleo LTDA
- Copape Produtos de Petróleo LTDA
- Duvale Distribuidora de Petróleo e Álcool LTDA
- Rede Sol Fuel Distribuidora S/A
- Império Comércio de Petróleo LTDA
- Maxima Distribuidora de Combustíveis LTDA
- Everest Distribuidora de Combustíveis LTDA
- Arka Distribuidora de Combustíveis LTDA
- Rodopetro Distribuidora de Petróleo LTDA
- Alpes Distribuidora de Petróleo LTDA
- VMR Distribuidora de Combustíveis e Lubrificantes LTDA
- Orizona Combustíveis SA
- Port Brazil Distribuidora de Combustíveis LTDA
- Petroworld Combustíveis SA
- Safra Distribuidora de Petróleo SA
- Stock Distribuidora de Petróleo LTDA
- Petroriente Distribuidora de Combustíveis SA
- Pinecrest Distribuidora SA
Dessa forma, a operação demonstrou como o PCC estruturou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Assim, empresas legítimas e ilícitas foram exploradas para ocultar valores, e setores de combustíveis e serviços financeiros foram usados de maneira sofisticada.