Os brasileiros pagam mais impostos do que seria justo, têm um retorno ruim em serviços públicos em relação ao que é pago, são contra pagar novas taxas ou aumento de alíquotas, e acreditam que o governo gasta mal o que é arrecadado da população.
Esses são alguns dos resultados obtidos pela 164ª Pesquisa CNT/MDA de Opinião, divulgada nesta terça-feira (17) pela Confederação Nacional do Transporte.
O levantamento procurou saber dos brasileiros sua percepção a respeito da questão do pagamento de impostos, um tema que está atualmente na ordem do dia, principalmente por conta do decreto apresentado pelo governo Lula para aumentar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em uma das questões apresentadas aos entrevistados, nada menos que 81,7% dos brasileiros afirmaram que pagam mais impostos do que consideram justo.
Neste questionamento, apenas 6,7% disseram que pagam menos impostos do que o necessário, e 7,9% dizem que pagam a quantidade certa.
Também em relação à comparação entre o que se paga em tributos no Brasil e a contrapartida dada pelo poder público em serviços à população, a visão foi majoritariamente negativa.
Nesse recorte, 52,5% disseram ser “muito “ruim” ou “ruim” o retorno do que é pago em impostos. Por outro lado, apenas 12% afirmaram ser “bom” ou “muito bom” o que é oferecido aos brasileiros em serviços, e 32,9% dizem ser apenas “regular”.
Uma maior quantidade de entrevistados – 67,3% – não concorda em pagar mais impostos para ajudar a resolver problemas na saúde, educação, segurança e contas públicas.
Outros 21,9% disseram que estariam dispostos a pagar mais impostos para a melhoria dos serviços públicos, e 9,9% dizem que dependeria da finalidade.
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Na pergunta da CNT/MDA sobre quem acaba pagando mais impostos no Brasil, 55,9% disseram que é a população mais pobre.
Para 23,4%, todos pagam impostos de forma igual no Brasil. Outros 8,6% dizem que é a classe média que paga mais, 5,3% afirmam que são as empresas, e apenas 4,1% colocam os mais ricos como maiores pagadores.
Os entrevistadores procuraram também saber dos brasileiros qual seria a melhor forma de melhorar as contas públicas do país.
Para 59,3%, essa melhora viria com corte de privilégios e benefícios de autoridades. Outros 27,5% afirmaram que a melhoria só aconteceria com a redução de gastos públicos.
Por fim, 2,7% afirmaram que a melhoria das contas viria com a privatização de estatais, e para 2,1%, com o aumento de impostos.
Poucos ouviram falar do decreto do IOF
A CNT/MDA inseriu na pesquisa uma questão sobre o aumento das alíquotas do IOF, que causou polêmica e forte reação do Congresso Nacional.
Esse recorte da pesquisa mostrou um resultado surpreendente: nada menos que 49,8% dos brasileiros sequer ouviram falar sobre o decreto do governo.
Para outros 40,7%, souberam da medida e acharam que ela é ruim, pois já se paga muito imposto no Brasil. E 6,1% ainda afirmaram que a medida foi boa, para melhorar as contas públicas.
A pesquisa CNT/MDA foi realizada de 7 a 11.jun.2025, com 2.002 entrevistas em 475 municípios de todas as regiões do país. O nível de confiança é de 95%. A margem de erro é de 2,2%.
