
A greve dos petroleiros entrou na segunda semana e já gera perdas estimadas em cerca de R$ 200 milhões por dia para a Petrobras (PETR3; PETR4) , segundo economistas do Dieese. O movimento começou em 15 de dezembro.
Além disso, nos primeiros seis dias, a paralisação reduziu a produção acumulada em cerca de 300 mil barris.
Onde estão os prejuízos
As perdas diárias se concentram em dois segmentos. Primeiro, a área de Exploração e Produção responde por aproximadamente R$ 100 milhões. Em seguida, o refino soma cerca de R$ 90 milhões por dia.
Por outro lado, o contraste chama atenção. O prejuízo de um único dia de paralisação supera em mais do que o dobro o custo anual do reajuste reivindicado pelos trabalhadores.
O tema mais sensível envolve os aposentados. Hoje, cerca de 50 mil aposentados e pensionistas da estatal sofrem descontos entre 15% e 20% na folha.
Esses descontos decorrem dos Planos de Equacionamento de Déficits da Petros. Desde 2018, os planos buscam corrigir problemas de gestão acumulados ao longo de décadas.
Pressão do calendário eleitoral de 2026
Segundo sindicalistas, o calendário eleitoral de 2026 aumenta a pressão. Na avaliação deles, o processo eleitoral pode travar avanços nas negociações.
Por isso, os grevistas tratam o tema como prioridade e querem acelerar uma solução antes da disputa ganhar força.
A Petrobras afirma que adotou medidas de contingência e garante o abastecimento. Ao mesmo tempo, a companhia diz que mantém diálogo sobre os planos por meio de uma comissão multidisciplinar.
No entanto, a estatal ainda não divulgou estimativas de custos para encerrar o problema de forma definitiva.
O impasse expõe um dilema corporativo. De um lado, as perdas da greve crescem rapidamente. De outro, a solução para os descontos dos aposentados segue indefinida.
Assim, a indefinição continua a afetar os resultados operacionais e a rotina de milhares de ex-funcionários.