Operação Rejeito

PF prende diretor da Agência Nacional de Mineração

O ex-diretor da PF e atual diretor de Admnistração e Finanças do Serviço Geológico do Brasil, Rodrigo de Melo Teixeira, também foi detido

Calcula-se que as ações criminosas tenham rendido um lucro de, ao menos, R$ 1,5 bilhão, ao grupo investigado. (Foto: Reprodução/CGU)
Calcula-se que as ações criminosas tenham rendido um lucro de, ao menos, R$ 1,5 bilhão, ao grupo investigado. (Foto: Reprodução/CGU)

A PF (Polícia Federal) prendeu preventivamente o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho, e o ex-diretor da PF e atual diretor de Admnistração e Finanças do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Rodrigo de Melo Teixeira, nesta quarta-feira (17).

Prisões fazem parte da Operação Rejeito, deflagrada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e a PF, que aprofunda as investigações sobre supostas fraudes no processo de autorização da exploração de minério de ferro em Minas Gerais. Informações via Agência Brasil.

Segundo a PF, foram cumpridos 79 mandados de busca e apreensão, 22 mandados de prisão preventiva, afastamento de servidores públicos, bloqueio/sequestro de ativos no valor de R$ 1,5 bilhão e suspensão das atividades das pessoas jurídicas envolvidas.

“O grupo investigado teria corrompido servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração, com a finalidade de obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas. Essas autorizações eram utilizadas para usurpar e explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação, com graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos” escreveu a equipe de Comunicação Social da PF em Minas Gerais

Além disso, o grupo teria atuado para neutralizar e dificultar as investigações, monitorando autoridades.Teriam sido utilizados diversos artifícios para lavar o dinheiro obtido com as práticas ilícitas.

A PF calcula que as ações criminosas renderam, ao menos, um lucro de R$ 1,5 bilhão. Também foi ressaltado que a investigação identificou projetos em andamento vinculados à organização criminosa com potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.

“Os investigados poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da união, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraçamento à investigação de organização criminosa.”

Defesas

Em nota, a Agência Nacional de Mineração (ANM) informou que tomou conhecimento da operação da PF pela imprensa e que ainda não foi oficialmente comunicada sobre as determinações judiciais que deve cumprir.

“Até o momento, não houve comunicação oficial à agência sobre eventuais medidas envolvendo servidores ou dirigentes”, diz a agência, destacando que, sempre que formalmente demandada, e observado o devido processo legal e a necessidade da continuidade do serviço regulatório, mantém o compromisso de colaborar com as autoridades.

Também em nota, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) informou que não se manifesta sobre processos em andamento que envolvam seus colaboradores. 

“Reiteramos nosso compromisso com a ética, a legalidade e a transparência, e permanecemos à disposição para colaborar com as autoridades competentes”, declarou a SGB.