
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) projeta crescimento do PIB brasileiro em 2,3% em 2025.
Além disso, a agropecuária lidera a expansão com alta de 7,9%, enquanto a indústria desacelera para 1,7%.
Por outro lado, as exportações devem cair mais de US$ 5 bilhões devido a tarifas dos Estados Unidos.
PIB e indústria desaceleram em 2025
A CNI estima que a indústria de transformação crescerá 1,5%, abaixo da projeção anterior de 1,9%. Isso acontece porque juros elevados, aumento das importações e menor demanda externa reduzem o ritmo do setor.
A construção civil avançará 2,2%, impulsionada por projetos iniciados em 2024 e pelo programa Minha Casa Minha Vida. Enquanto isso, a indústria extrativa subirá 2%, apoiada pelo aumento da produção de petróleo. Setores como eletricidade, gás e saneamento mantêm expectativa de alta de 2,5%.
PIB impulsionado pela agropecuária
A agropecuária lidera o crescimento do PIB em 2025, com previsão de alta de 7,9%. Isso se deve à safra recorde e ao aumento da produção animal. Além disso, o setor é menos sensível a juros altos e encontra demanda internacional sólida.
O setor de serviços crescerá 1,8%, apoiado pela criação de empregos e aumento da massa salarial real. Portanto, a taxa de desemprego deve cair para 6%, mantendo o menor nível histórico pelo segundo ano consecutivo.
Exportações em queda com tarifas dos EUA
Entre janeiro e julho, o volume exportado cresceu 2%, mas a queda de preços reduziu o valor total para US$ 198 bilhões. No entanto, tarifas de 50% aplicadas pelos EUA devem reduzir as vendas da indústria de transformação.
Com isso, a projeção de exportações foi ajustada para US$ 341,9 bilhões, queda de US$ 5,4 bilhões em relação à estimativa anterior. As importações devem alcançar US$ 285,2 bilhões, resultando em superávit de US$ 56,6 bilhões, 14% menor que em 2024.
Política fiscal em 2025
A inflação medida pelo IPCA subiu 5,2% até julho e deve encerrar o ano em 5%. Portanto, a Selic permanece em 15% ao ano, mantendo política monetária restritiva.
As despesas primárias crescerão 3,3%, enquanto a receita líquida subirá 2,2%. Como resultado, o déficit primário deve atingir R$ 22,9 bilhões, equivalente a 0,2% do PIB. A dívida bruta deve alcançar 79% do PIB.