Destrinchando o PIB

PIB do Brasil: agro e consumo impulsionam alta no 1T25; confira análise

PIB do Brasil: agro e consumo impulsionam alta no 1T25; confira análise

O PIB do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 e mobilizou análises importantes entre os principais economistas do mercado. 

Embora o número tenha ficado levemente abaixo das projeções de algumas casas, os especialistas enxergam sinais consistentes de retomada econômica. 

A combinação entre dados robustos e políticas públicas pró-consumo, portanto, fortaleceu esse desempenho.

PIB do Brasil: Pablo Spyer destaca cenário de confiança e fundamentos firmes

Pablo Spyer, economista e conselheiro da Ancord, afirmou que o crescimento demonstra um fortalecimento estrutural. 

“Esse desempenho não é apenas um número. Ele mostra que o Brasil segue no caminho certo para consolidar sua recuperação econômica”, declarou.

Spyer atribuiu o avanço à ampliação do crédito consignado ao setor privado e à liberação de recursos do FGTS. Segundo ele, esses fatores sustentaram o consumo e demonstraram a resiliência da economia. 

Além disso, Spyer acredita que a atuação coordenada entre governo e setor produtivo ajuda a criar um ambiente mais estável. 

“Este é o momento ideal para reforçarmos a confiança no mercado e ampliarmos o ambiente favorável a investimentos sustentáveis”, completou.

Leonardo Costa vê agro como protagonista, mas projeta trimestres mais desafiadores

Leonardo Costa, economista do ASA Investments, avaliou que o resultado veio conforme as expectativas para o início do ano. 

“A agropecuária teve papel central, com crescimento de 12,2%, puxado principalmente por soja, milho e arroz”, disse. Por outro lado, Costa alertou para a perda de fôlego nos próximos meses.

“A partir de agora, o desafio será entender como a economia vai reagir sem o ‘empurrão’ do agro e com os juros ainda pressionando”, explicou. 

Ainda assim, ele mantém projeção de alta de 2,2% no PIB em 2025, com viés positivo. Portanto, mesmo com um início favorável, os próximos passos exigem monitoramento.

PIB do Brasil: Felipe Salto acende alerta para risco fiscal

Embora o resultado trimestral tenha sido positivo, Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, chamou atenção para o desequilíbrio das contas públicas. 

O superávit de abril, segundo ele, foi pontual. “Esse resultado reflete o represamento de gastos, como reajustes salariais e precatórios, e não deve se repetir”, observou.

Além disso, Salto projeta que a dívida bruta pode alcançar 82,5% do PIB até o fim do atual mandato presidencial. 

Dessa forma, mesmo com crescimento econômico, o cenário fiscal continua frágil. “É necessário acompanhar com atenção”, alertou.

Consumo e investimento impulsionam a economia, mas exigem cautela

O crescimento de 1% no consumo das famílias animou os analistas. Para eles, a recuperação reflete o aumento da renda real, a estabilidade no mercado de trabalho e o maior acesso ao crédito.

Além disso, a formação bruta de capital fixo subiu 3,1%, impulsionada por investimentos em máquinas, plataformas de petróleo e softwares. 

Esses sinais mostram disposição do setor privado para expandir a produção. Entretanto, os especialistas recomendam cautela. 

Com os juros ainda elevados, os efeitos defasados da política monetária podem limitar o ritmo de crescimento nos próximos trimestres.

PIB do Brasil cresce com base sólida, mas cenário ainda exige atenção

O avanço do PIB do Brasil indica uma economia em rota de recuperação, apoiada por setores estratégicos e consumo fortalecido. Contudo, os próximos trimestres devem trazer novos desafios.

Sem o impulso da agropecuária e sob o peso da política de juros, o país precisará contar com políticas consistentes e responsabilidade fiscal. 

Dessa forma, será possível manter o ritmo de crescimento e garantir um ambiente sustentável para investimentos até o fim do ano.