Compromisso

Planalto descarta cortes de gastos antes de abril

De acordo com interlocutores, a equipe econômica avalia que os ajustes fiscais precisam ser implementados com cautela

Foto: Alessandro Dantas/Divulgação/Flickr Planalto
Foto: Alessandro Dantas/Divulgação/Flickr Planalto

O governo federal descartou qualquer possibilidade de corte de gastos antes de abril deste ano, conforme assegurou o Palácio do Planalto nesta segunda-feira (14). A decisão reforça a estratégia de planejamento econômico da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca equilibrar as contas públicas sem comprometer investimentos prioritários ou projetos já em andamento.

De acordo com interlocutores do Planalto, a equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia que os ajustes fiscais precisam ser implementados com cautela e que qualquer medida precipitada poderia prejudicar os programas sociais e os projetos de infraestrutura planejados para o primeiro semestre. O governo trabalha para alinhar as metas fiscais de 2025 ao novo arcabouço fiscal, que exige esforço para zerar o déficit primário.

Como apurou o jornal valor econômico, o tema dos cortes ganhou relevância em meio a especulações sobre a necessidade de medidas de contenção de despesas para cumprir as metas econômicas. Contudo, o Planalto reforçou que, no momento, a prioridade é a execução orçamentária regular e o fortalecimento de receitas, com foco na arrecadação. A estratégia inclui revisões tributárias e o combate à sonegação fiscal como pilares para o aumento de receitas, evitando cortes drásticos.

Iniciativas

Além disso, o governo busca consolidar o diálogo com o Congresso Nacional para aprovar reformas e medidas que possibilitem maior previsibilidade fiscal. Entre as iniciativas consideradas essenciais estão as discussões sobre a reforma tributária e o acompanhamento das receitas extraordinárias oriundas da repatriação de recursos e de leilões de ativos.

A promessa de não promover cortes antes de abril também atende à necessidade política de manter a confiança de setores que apoiaram o governo e que esperam a execução plena de programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família, considerados pilares do plano de desenvolvimento social da gestão Lula.

O compromisso de adiamento dos cortes ocorre em um cenário desafiador, com pressões do mercado por maior austeridade. Contudo, o governo aposta na recuperação econômica gradual para entregar resultados fiscais positivos ao longo do ano. O Planalto acredita que o fortalecimento da arrecadação, somado à retomada do crescimento econômico, permitirá atingir o equilíbrio fiscal sem prejuízo à agenda de investimentos e ao bem-estar da população.