Fora do previsto

Plano de R$ 30 bi para exportadores terá R$ 9,5 bi fora da meta fiscal

Plano de R$ 30 bilhões para exportadores inclui R$ 9,5 bi fora da meta fiscal, crédito e incentivos para reduzir impactos da tarifa dos EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participam da cerimônia que celebra um ano do programa Nova Indústria Brasil e do lançamento da Missão 6: Tecnologias de Interesse para a Soberania e Defesa Nacionais, no Palácio do Planalto. Foto: (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participam da cerimônia que celebra um ano do programa Nova Indústria Brasil e do lançamento da Missão 6: Tecnologias de Interesse para a Soberania e Defesa Nacionais, no Palácio do Planalto. Foto: (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governo anunciou nesta quarta-feira (13) o plano de R$ 30 bilhões para exportadores e incluirá R$ 9,5 bilhões fora da meta fiscal de 2025. 

Dessa forma, o pacote busca reduzir rapidamente os impactos da tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Além disso, a medida protege empresas, mantém empregos e sustenta o crescimento econômico.

Plano de R$ 30 bilhões para exportadores prevê crédito e renúncia fiscal

O governo liberará R$ 4,5 bilhões em crédito extraordinário para fundos garantidores e concederá R$ 5 bilhões em renúncia fiscal por meio do Reintegra. Assim, os exportadores receberão devolução de tributos pagos, aumentando sua competitividade no mercado externo.

Para viabilizar essas ações, o Executivo enviará ao Congresso um projeto de lei complementar. Portanto, os valores serão excluídos do cálculo da meta fiscal, que prevê déficit zero, com tolerância de 0,25% do PIB, equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.

Plano de R$ 30 bilhões para exportadores prioriza pequenas empresas

O BNDES e o Banco do Brasil operarão a linha de crédito, oferecendo taxas reduzidas e priorizando empresas menores mais afetadas pelo tarifaço. Consequentemente, o acesso aos recursos dependerá da manutenção dos empregos, garantindo contrapartidas trabalhistas.

Além disso, o governo flexibilizará as regras de compras públicas, permitindo que União, estados e municípios adquiram, por até 180 dias, produtos perecíveis dos setores prejudicados.

Plano de R$ 30 bilhões para exportadores amplia incentivos

O pacote diferirá tributos federais por dois meses, prorrogará prazos do regime de drawback e modernizará as garantias à exportação. Assim, o governo fortalecerá o financiamento do comércio exterior.

Serão aportados R$ 1,5 bilhão no FGCE (Fundo Garantidor do Comércio Exterior), R$ 2 bilhões no FGI (Fundo Garantidor para Investimentos) e R$ 1 bilhão no FGO (Fundo de Garantia de Operações), voltado a pequenos e médios exportadores.

No Reintegra, até dezembro de 2026, grandes e médias empresas pagarão alíquota de até 3,1%, enquanto micro e pequenas empresas poderão atingir 6%. Portanto, o impacto financeiro será limitado a R$ 5 bilhões.

Monitoramento e novas medidas

O governo instalará a Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego, que monitorará acordos trabalhistas e garantirá a preservação de postos de trabalho. Além disso, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que as medidas representam apenas a primeira etapa do plano e que novas ações poderão surgir conforme a evolução da crise.