Operação Falso Fdic

Polícia do DF mira fraude bilionária com fundo R$ 95 milhões

Além do bloqueio de cotas do fundo de investimentos, foram cumpridos 15 mandatos de busca e apreensão, além do sequestro de 11 imóveis, 90 veículos,  um helicóptero e um avião modelo King Air

Operação Falso Fdic pegou esquema bilionário interestadual (Foto: reprodução/ PCDF)
Operação Falso Fdic pegou esquema bilionário interestadual (Foto: reprodução/ PCDF)

A PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) deflagrou nesta quarta-feira (27) a Operação Falso Fdic, que investiga um esquema bilionário de fraude fiscal e lavagem e dinheiro envolvendo empresas fictícias, fundos de investimento e um complexo sistema interestadual.

Operação está sendo realizada por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (Dot/Decor), em conjunto com a Receita do DF, disse o jornal Metrópoles.

Foram cumpridos 15 mandatos de busca e apreensão, além do sequestro de 11 imóveis, 90 veículos,  um helicóptero, um avião modelo King Air e do bloqueio de cotas de um Fdic (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) avaliado em R$ 95 milhões na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

De acordo com as investigações, o grupo criminoso estruturou um esquema de sonegação e lavagem de dinheiro com a criação de 31 empresas “noteiras” no DF (supostamente atuantes no ramo de metais e sucatas, especialmente ferro), responsáveis pela emissão de mais de R$ 1,96 bilhão em notas fiscais frias.

Foi observado também o  uso de duas empresas de fachada no Tocantins, que repassaram R$ 1,22 bilhão em notas fraudulentas para empresas do grupo em Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo. Além da lavagem de dinheiro via fundos de investimento, aeronaves e haras, incluindo um haras com movimentação 17 vezes superior à renda declarada.

O esquema causou prejuízo direto de R$ 288 milhões aos cofres do DF, contando dezenas de autuações fiscais, e movimentou bilhões em notas falsas. As operações resultaram em dezenas de autuações fiscais e mostraram como os riminosos utilizavam instrumentos do mercado financeiro para dar aparência de legalidade ao dinheiro ilícito.

A Operação Falso Fdic também contou com o contou com o apoio da Polícia Civil de Minas Gerais e com dados da Subsecretaria da Receita do DF (Surec/Sefaz), que identificou as conexões entre as empresas. Os investigados podem responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e crimes tributários.