Banco Mundial

Política monetária pode conter crescimento do Brasil em 2025

O fraco crescimento da China preocupa devido ao impacto na demanda por commodities

Ibovespa
Foto: unsplash

A economia do Brasil deve desacelerar seu ritmo de crescimento de 3,2% em 2024 para 2,2% em 2025, como resultado de uma política monetária ainda restritiva, em meio a uma inflação que deve permanecer próxima ao limite superior da meta do BC (Banco Central) em 2025. Essa avaliação está no relatório Perspectivas Econômicas Globais, divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Banco Mundial.

Segundo a entidade, os motores do crescimento brasileiro continuarão sendo o consumo privado e o mercado de trabalho robusto. Contudo, a política fiscal deverá ter espaço limitado para estimular a atividade econômica, “já que o governo busca lidar com questões urgentes de sustentabilidade fiscal”, destacou o relatório, conforme o Valor Econômico.

O receio em relação à instabilidade fiscal, à inflação persistente, às políticas monetárias mais rígidas e às mudanças climáticas, especialmente as secas provocadas pelo fenômeno La Niña, pode ameaçar o crescimento da economia nacional.

Além disso, no cenário externo, o fraco crescimento da China preocupa devido ao impacto na demanda por commodities.

Para a América Latina e Caribe, o Banco Mundial também prevê um crescimento modesto, com alta de 2,2% em 2024 e 2,5% em 2025, representando uma redução de 0,2 pontos percentuais em relação ao relatório de junho. Essa revisão foi motivada pela queda no consumo.

“Apesar de enfrentar obstáculos econômicos em 2024, a expectativa é que a América Latina e Caribe se recupere em 2025 e 2026, graças à queda da inflação e a políticas monetárias acomodatícias. O desempenho econômico da região será influenciado por uma combinação de fatores nacionais e internacionais, com os preços das commodities e a demanda global desempenhando papéis moderados”, afirmou o Banco Mundial, de acordo com o Valor Econômico.

Dirigente do Fed: política monetária pode não ser tão restritiva

Michelle Bowman, diretora do Fed (Federal Reserve), analisou que a atual postura da política monetária nos EUA pode não ser tão restritiva quanto parece. Em sua visão, o atual patamar das taxas de juros está mais próximo do que ela considera como um nível neutro, enquanto o núcleo da inflação dos EUA segue elevado, com riscos de alta, disse em evento nesta quinta-feira (9).

O corte de juros que o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed) realizou em dezembro representou o passo final do Fed para recalibrar a política monetária, disse Bowman. Ela também defendeu uma abordagem “cautelosa e gradual” para as taxas de juros.

“Continuo a ver maiores riscos para a estabilidade dos preços, especialmente quando o mercado de trabalho permanece próximo do pleno emprego”, disse a diretora do Fed, segundo o “Valor”.