Negócio em cela

Presos juntos, hacker de araraquara e Robinho planejam lançar ‘bet’

A lógica do plano seria combinar o alcance midiático de Robinho com os conhecimentos técnicos de Delgatti

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputado/ Ex-jogador Robinho condenado por estupro coletivo/Reprodução
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputado/ Ex-jogador Robinho condenado por estupro coletivo/Reprodução

Mesmo encarcerados no complexo penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo, o ex-jogador Robinho e o hacker Walter Delgatti Netto estariam esboçando um projeto empresarial. 

Segundo informações obtidas por O Globo com funcionários da unidade prisional, a dupla tem conversado sobre lançar uma plataforma de apostas esportivas assim que obtiverem progressão no regime de pena.

Delgatti — condenado pelo STF a 8 anos e 3 meses por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça — teria comentado a ideia em diálogos com seu advogado e com agentes da prisão. 

A proposta, conforme relatado, teria surgido de Robinho, que cumpre pena de 9 anos por estupro e tenta migrar para o regime semiaberto.

A lógica do plano seria combinar o alcance midiático de Robinho com os conhecimentos técnicos de Delgatti, formando a base de um novo negócio no mercado de apostas.

Parceria construída no pátio e planos de recomeço digital

Apesar de ocuparem celas distintas, Robinho e Delgatti dividem momentos no pátio durante o banho de sol e, de acordo com funcionários da penitenciária, desenvolveram uma relação de proximidade.

A ideia de investir em um negócio digital de alto rendimento, como uma plataforma de apostas, é encarada por Delgatti como uma forma de “virar a página” — mesmo com os antecedentes criminais que os tornaram figuras públicas.

Delgatti ganhou projeção ao invadir contas do Telegram de integrantes da Lava-Jato, incluindo o então juiz Sergio Moro — episódios que deram origem às reportagens do Intercept Brasil.

Em 2023, voltou ao noticiário ao fabricar um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, sob ordens da deputada Carla Zambelli (PL-SP), atualmente foragida na Itália.

Embora haja empolgação em torno da possível criação da “bet”, o destino do projeto ainda está atrelado a questões legais e penais. Robinho teve seus recursos ao STJ para anular a condenação negados e encontra obstáculos para progredir ao regime semiaberto. Já Delgatti permanece cumprindo sua sentença em regime fechado, o que também limita qualquer avanço imediato no plano empresarial.