
A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para quarta-feira (10), deve manter a taxa Selic em 15%, é o que indica o analista da Warren Investimentos Luis Felipe Vital, estrategista-chefe de Macro e Dívida Pública.
A ata da 274ª reunião indicou o fim da “interrupção da alta” e reforçou a Selic em nível restritivo por período prolongado, marcando novo estágio na política monetária.
O documento foi visto como dovish, destacando moderação no crescimento, arrefecimento da inflação e convergência à meta, incluindo estimativa conservadora do impacto da ampliação da isenção do IR.
Indicadores econômicos reforçam estabilidade
Nos últimos meses, os indicadores econômicos reforçam o cenário de estabilidade. O IPCA de outubro registrou 0,09%, abaixo da expectativa de 0,14%, enquanto o IPCA-15 de novembro veio ligeiramente acima, em 0,20%. A inflação de serviços e de itens intensivos em trabalho continua pressionada, refletindo a resiliência do mercado de trabalho.
Por outro lado, os dados de atividade econômica mostram sinais de desaceleração. As vendas no varejo de setembro caíram 0,3% e a produção industrial de outubro recuou 0,5%, enquanto o PIB do terceiro trimestre cresceu apenas 0,1%, abaixo das expectativas do mercado. A pesquisa mensal de serviços, porém, registrou alta de 0,6% em setembro, mostrando força no setor. O mercado de trabalho permanece firme, com taxa de desemprego em 5,4% em outubro, embora a criação de vagas tenha desacelerado.
Perspectivas para a Selic em 2026
Diante deste cenário, Luis Felipe projeta que o Copom avalie a evolução econômica como compatível com a manutenção da Selic em 15%. Quanto à condução futura da política monetária, não se espera sinalização explícita de cortes na reunião de dezembro. A melhora da inflação e da atividade deve permitir redução gradual da Selic a partir de janeiro de 2026, com corte inicial de 25 pontos-base e fim do ano em 12,25%, ainda em patamar restritivo.