
A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (20) mostra que 5% dos brasileiros afirmam temer que o país entre em guerra. Para o diretor do instituto, Felipe Nunes, isso é reflexo da recente disputa tarifária entre o Brasil e os EUA.
“A disputa tarifária entre Brasil e EUA fez florescer algo inédito em uma parcela da população, o medo de que o país entre em guerra chegou a 5% em agosto. A violência continua sendo a principal preocupação dos brasileiros (26%), seguida dos problemas sociais (19%)”, disse Nunes.
Esse tipo de preocupação apareceu pela primeira vez na série histórica do levantamento, desde agosto de 2023, em maio e julho. Nesses meses foi citada por 2% dos entrevistados. Nesta pergunta, os temas são citados de forma espontânea pelos entrevistados.
A instabilidade internacional contribuiu para colocar o tema da guerra no radar dos brasileiros, mas a principal preocupação da população ainda segue sendo a violência, citada por 26% dos entrevistados. Em seguida, aparecem os problemas sociais, com 19%, e a economia, mencionada por 17%. Questões como corrupção (13%), saúde (10%) e a educação (6%) vêm depois.
O levantamento mostra uma mudança curiosa. Em agosto de 2023, a preocupação com a violência foi citada por 10% dos entrevistados. Já a economia, citada como preocupação dominante de 31% dos entrevistados, foi citada, no momento, por 17%.
Governo trabalha para aumentar exclusões ao tarifaço, diz Alckmin
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que o governo brasileiro está “fazendo trabalho permanente para aumentar lista de exclusão e reduzir tarifa dos EUA”.
Declaração foi dada durante a 26ª Conferência Anual do Santander, realizada nesta terça-feira (19), em São Paulo (SP).
Alckmin reiterou a importância do diálogo, defendida pelo governo desde assinatura da ordem executiva para a medida, em 30 de julho de 2025. “A primeira tarefa é negociação e nós acreditamos que é possível”.
O vice-presidente também questionou o desequilíbrio nas taxas aplicadas entre Brasil e EUA. “Não tem sentido termos 2,7% de média de tarifa de importação para os EUA e ter 50% para entrar nos EUA”, ponderou.
Quilo da carne bovina chega a R$ 150 nos EUA
O preço da carne bovina nos EUA chegou à média nacional de US$ 11,875 por libra, ou seja, quase R$ 150 o quilo. O número inflacionou em 3,3% entre os meses de junho e julho, com um salto de 9% em seis meses.
Informações são do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), divulgados nesta segunda-feira (18); via Portal Terra.
A carne moída, muito utilizada pelos norte-americanos para cozinhar hamburgueres, teve aumento de 3,9% em julho e uma disparada de 15,3% em seis meses. O preço médio atingiu US$ 6,338 a libra ou R$ 75 o quilo.
O aumento dos preços é devido à menor oferta da carne no mercado interno dos Estados Unidos, que será a menor em, pelo menos, uma década. Entre as razões para o avanço estão o tarifaço contra o Brasil, as restrições sanitárias impostas às importações do México e as mudanças climáticas que afetam a produtividade nos EUA.
De acordo com o Departamento de Agricultura do país (USDA) os produtores de carne norte-americanos devem produzir 11,7 bilhões de quilos em 2025. A projeção é 1% menor do que a feita no mês passado e 4% menor que o estimado no início do ano.
As secas prolongadas são vistas como um dos principais fatores para o recuo da produtividade no setor. Como as culturas dedicadas à alimentação dos animais têm rendido menos, o gado fica mais magro e o número de cabeças no rebanho pode diminuir.