O governo federal vai começar a distribuir, logo em novembro, gás de cozinha para 15,5 milhões de família, o que representa, aproximadamente, 50 milhões de pessoas, em todo o país durante cinco meses (até março de 2026), através do programa Gás do Povo, lançado na última semana.
O programa é uma versão ampliada do já existente Auxílio Gás implementado em 2001, no governo FHC (Fernando Henrique Cardoso).
Segundo o governo, há cerca de 12 milhões de domicílios em todo o país que ainda utilizam lenha e gás de forma combinada e alternada para cozinhar, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Dentre esses, cerca de 5 milhões são famílias de baixa renda que são afetados pelo preço do botijão de gás no orçamento doméstico.
Haverá uma mudança gradual entre o atual modelo e o novo formato.
Confira as diferenças entre os programas:
O Auxílio Gás redistribui, a cada bimestre (dois meses), o valor integral do botijão de gás de 13kg em conta digital ou bancária dos beneficiários, seguindo o cronograma de outro programa, o Bolsa Família. Os cálculos são realizados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Agora, no novo programa Gás do Povo – substituto do Auxílio Gás dos Brasileiros, sancionado em 2021 – implementado por Luís Inácio Lula da Silva (PT), não haverá redistribuição de valores ao beneficiado, mas sim, ele receberá um voucher e pagará diretamente ao fornecedor. Será como uma espécie de “vale-gás” – que não poderá ser utilizado para outros fins.
O vale eletrônico será emitido em nome do responsável familiar registrado no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais). Para resgatar o voucher, o beneficiário tem a opção de escolher quatro caminhos: um cartão próprio do programa, uso de um aplicativo específico, QR Code via Caixa Econômica Federal e cartão do Bolsa Família.
O beneficiário vai retirar os botijões diretamente em revendas credenciadas pelo governo e mais próximas de sua moradia, sem a interferência de intermediários.
Valor dos subsídios
No Auxílio Gás o valor era padronizado. Agora, no Gás do Povo, o valor do benefício pegará um preço de referência por estado, calculado pelo Ministério de Minas e Energia e pelo Ministério da Fazenda, baseados nos preços da ANP.
O novo programa não custeia o valor do frete. Portanto, caso o beneficiário queira receber o botijão em casa, terá que arcar por conta própria.
Novo programa vai abranger mais famílias
Em ambos os programas, o destino são as famílias inscritas no CadÚnico, com renda per capita de até meio salário-mínimo (R$ 759), com prioridade para quem recebe o Bolsa Família.
Enquanto o Auxílio Gás atinge no momento cerca de 5 milhões de família, o novo Gás do Povo prevê alcançar 15,5 milhões de famílias, ou aproximadamente 50 milhões de pessoas.
No Auxílio Gás, o valor integral do botijão é repassado a cada dois meses. No novo programa, famílias com 2 integrantes receberão até três botijões por ano. Já as famílias com três integrantes receberão até quatro botijões por ano. Famílias com quatro ou mais integrantes receberão até seis botijões por ano.