A Selic em alta prolongada pressiona diretamente o setor industrial e freia a retomada econômica no Brasil.
O Copom (Comitê de Política Monetária) deve manter a Selic em 14,75% na reunião que termina nesta quarta-feira (18), conforme indicam as projeções do mercado financeiro.
Portanto, essa decisão pode encerrar o ciclo de elevações consecutivas da taxa, iniciadas em julho de 2024.
Selic em alta prolongada limita investimentos no setor industrial
Desde julho de 2024, o Banco Central elevou a Selic de 10,5% para 14,75%. Embora essa medida controle a inflação, ela limita os investimentos e reduz o consumo, prejudicando a recuperação econômica. Consequentemente, o setor industrial sente os efeitos negativos com mais intensidade.
“O juro alto inibe o investimento produtivo e compromete a capacidade de expansão das empresas, especialmente nas cadeias que dependem de crédito para financiar produção e inovação”, afirmou Eduardo Mazurkyewistz, CEO do Grupo Mazurky.
Setor industrial vê Selic em alta prolongada como entrave à retomada econômica
Mazurkyewistz destacou que a alta dos juros afeta desde pequenos produtores até grandes empresas.
Além disso, menos crédito e consumo diminuem a circulação de mercadorias e, consequentemente, reduzem a demanda por embalagens — um termômetro importante da economia.
Assim, essa pressão pode levar a uma estagnação econômica. Por isso, equilibrar a política monetária com medidas que incentivem produtividade e inovação torna-se fundamental para evitar um ciclo de baixo crescimento.
Mercado projeta Selic estável até o fim de 2025
De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (16), o mercado projeta que a Selic permanecerá em 14,75% até o final de 2025.
Somente em 2026, o mercado espera uma redução para 12,5%. Importante ressaltar que essa projeção se mantém há 20 semanas consecutivas.
Governo enfrenta desafio para ajustar política econômica
O CEO do Grupo Mazurky alertou que, embora a Selic alta controle a inflação, seu impacto na indústria e no crescimento econômico exige atenção imediata.
Ele ressaltou que o atual governo criticou a política de juros elevados, porém observa que os efeitos persistem mesmo após a troca na liderança do Banco Central.
“Portanto, o problema não se resume a uma pessoa, mas sim a um modelo econômico que precisa ser repensado para que o Brasil cresça de forma sustentável”, concluiu Mazurkyewistz.