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Selic alta pressiona crédito rural e o agronegócio

Selic em 15% pressiona o agro, dificultando o crédito rural. FIDCs e outras soluções ganham espaço para garantir capital e expansão do setor.

Fonte: Canva
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A Selic em 15% pressiona diretamente o agronegócio brasileiro. O setor enfrenta um cenário econômico desafiador e precisa se adaptar rapidamente. 

O crédito ficou mais caro e restrito, dificultando o acesso a financiamentos essenciais para a produção e inovação. Por isso, os produtores buscam alternativas que garantam capital eficiente e com custos adequados.

Selic alta limita o crédito e afeta a produtividade do agro

“O agronegócio brasileiro segue resiliente, mas opera sob um cenário macroeconômico desafiador, com a Selic ainda em 15% e uma crescente seletividade por parte dos bancos na concessão de crédito”, explica Gustavo Assis, CEO da Asset Bank. 

O setor demanda capital intensivo. Contudo, a escassez de financiamento tradicional pressiona as margens e obriga a buscar soluções inovadoras.

Nesse contexto, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) ganham protagonismo. Eles permitem que produtores, cooperativas e tradings usem seus recebíveis para estruturar financiamentos. 

Assim, oferecem mais liquidez, prazos alinhados à safra e custos compatíveis com a realidade do campo. Além disso, os FIDCs conectam o mercado de capitais diretamente à economia real, fortalecendo a produtividade e a expansão do agronegócio.

Pequenos e médios produtores sofrem com alta e buscam novos caminhos

Carlos Braga, CEO do Grupo Studio, destaca que “com a Selic travada em 15%, o cenário do agro fica cada vez mais desafiador, principalmente para pequenos e médios produtores”. O crédito rural caro reduz as margens e impacta quem depende de financiamento para custear produção, insumos e tecnologia.

Consequentemente, o setor registra freio nos investimentos e aumento da inadimplência. Muitos produtores preferem manter o básico, evitar riscos e adiar projetos de expansão. Por outro lado, cresce o interesse por financiamentos alternativos, como Fiagro, 

Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e FIDCs. Essas opções trazem maior flexibilidade, embora ainda não estejam acessíveis a todos.

Por isso, Braga ressalta a importância do crédito rural subsidiado. “Sem ele, o risco é que o crédito acabe concentrado só nas mãos dos grandes, enquanto a base produtiva opera no limite. Isso compromete a competitividade do setor como um todo.”

Inovação e alternativas de crédito são essenciais para o agro com Selic alta

Em resumo, a Selic em patamar elevado cria um ambiente complexo para o agronegócio. O crédito caro e seletivo limita o crescimento, especialmente para pequenos e médios produtores. 

No entanto, as soluções financeiras inovadoras, como FIDCs e Fiagro, vêm ganhando espaço. Além disso, o crédito rural subsidiado se mostra fundamental para garantir o equilíbrio e a competitividade do setor no Brasil.