Impostos

Tabela do IR fica congelada em 2025, sem aprovação da reforma

O governo anunciou em novembro que iria aumentar a faixa de isenção do imposto

Receita Federal congela tabela do IR
Receita Federal / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A tabela progressiva do IR (Imposto de Renda) fica congelada neste ano, já que não houve aprovação da reforma do IR, agora prevista para depois da votação do Orçamento de 2025 no Congresso. Dessa forma, todos os que ganham mais de R$ 2.824 continuam pagando o imposto.

O governo anunciou em novembro que iria aumentar a faixa de isenção do IR para aqueles que ganham até R$ 5 mil, aumentando, em contrapartida, a alíquota dos rendimentos acima de R$ 50 mil para 10%. Isto compensaria os prejuízos fiscais da isenção.

O plano inicial era de que a reforma do IR tramitasse junto às medidas do pacote fiscal, aprovadas em dezembro, mas a proposta acabou ficando para este ano. De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, isso pode ser justificado por “inconsistências” em modelos estatísticos da Receita Federal, que fizeram o Fisco ter que rever cálculos.

Se o Congresso aprovar o Orçamento na volta do recesso, em fevereiro, a proposta deve ser enviada até março.

Na tabela progressiva do IR, a faixa de isenção aumentou pela última vez em fevereiro de 2024, de R$ 2.640 para R$ 2.824. Para as outras faixas, não há mudanças desde 2015. O projeto de lei do Orçamento de 2025 não inclui mudanças na tabela.

Haddad nega discussões sobre mudança no regime cambial

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta segunda-feira (6), que não há qualquer discussão sobre mudança de regime cambial ou aumento de impostos para diminuir a saída de dólares do país. Em entrevista a jornalista após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad falou que o câmbio deve se acomodar.

De acordo com o ministro, já há sinalizações de que Donald Trump vai atuar de forma mais moderada em relação ao que foi proposto em sua campanha eleitoral.

“Nós tivemos um estresse no final do ano passado, no mundo todo, tivemos um estresse também no Brasil. Hoje mesmo o presidente eleito dos Estados Unidos deu declarações moderando determinadas propostas feitas ao longo da campanha. É natural que as coisas se acomodem”, disse Haddad.

“Mas não existe discussão de mudar o regime cambial no Brasil nem de aumentar imposto com esse objetivo”, afirmou.

O real passou por uma desvalorização em relação ao dólar no final de 2024, chegando a R$ 6,00 pela primeira vez na história. A queda foi motivada por incertezas sobre a postura fiscal do governo brasileiro e levou o BC (Banco Central) a iniciar políticas de intervenção no câmbio.

Além das dúvidas sobre a política interna, a alta também foi motivada pela valorização do dólar em todo o mundo, com as expectativas de que as políticas de Trump possam ter um efeito inflacionário e levem a maiores taxas de juros nos EUA.

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