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Tarifaço: Barroso liga para Lula e Brasil reage à pressão dos EUA

Barroso liga para Lula após tarifaço de Trump. Brasil reage com diplomacia e mantém julgamento de Bolsonaro apesar da pressão dos EUA.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sessão de abertura da III Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC 3). Port Lympia, Nice - França. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sessão de abertura da III Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC 3). Port Lympia, Nice - França. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O tarifaço de Trump contra o Brasil desencadeou uma resposta imediata das autoridades brasileiras. Nesta quarta-feira (9), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, ligou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Juntos, eles alinharem uma estratégia institucional para lidar com a nova crise aberta com os Estados Unidos.

Trump, em nova ofensiva, anunciou uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros. Ele justificou a medida como uma reação às ações do STF, que, segundo ele, estariam “extrapolando os limites constitucionais”.

Apesar disso, o governo brasileiro respondeu com cautela, mas com firmeza. Barroso e Lula definiram que os ministros do STF não farão declarações públicas sobre o caso. A comunicação oficial ficará sob responsabilidade do Itamaraty.

Tarifaço de Trump leva Planalto e STF a alinharem resposta diplomática

Mesmo com o silêncio oficial do STF, o ministro Flávio Dino manifestou-se em suas redes sociais. Ele reforçou o compromisso da Corte com a democracia e a soberania nacional, embora não tenha mencionado diretamente a decisão de Trump.

Além disso, fontes no STF confirmaram que os ataques externos não influenciarão o calendário jurídico. O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentar um golpe de Estado, permanece marcado para o final de agosto ou início de setembro. Atualmente, ele já está inelegível por decisão do TSE.

Antes das taxas, EUA já preparavam sanções contra o STF

Essa ofensiva não surgiu do nada. Em maio, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou que o país restringiria a entrada de autoridades estrangeiras supostamente envolvidas em censura a cidadãos americanos. O gesto foi visto como uma indireta ao ministro Alexandre de Moraes.

Desde então, o governo Trump dá sinais de que aumentaria a pressão sobre o Judiciário brasileiro. A nova tarifa, portanto, apenas confirma essa escalada de tensão diplomática.

Brasil aposta na diplomacia para enfrentar o tarifaço de Trump

Diante desse cenário, o Brasil optou por priorizar a diplomacia. O Itamaraty atuará como principal porta-voz do país nas conversas com Washington. Enquanto isso, o STF seguirá firme em seu compromisso institucional, mantendo o julgamento de Bolsonaro como prioridade.

Além disso, a conversa entre Barroso e Lula deixou claro que os poderes da República atuarão em sintonia para preservar a soberania nacional. Embora o impacto econômico das tarifas preocupe, o país aposta em uma resposta coordenada, técnica e baseada no diálogo internacional.

Por fim, o governo brasileiro acredita que a legitimidade das instituições — e sua independência — prevalecerá sobre qualquer tentativa externa de interferência.