Queda brusca

Tarifaço derruba mercado de cobre e contratos caem 22% nos EUA

Tarifaço sobre cobre derruba contratos da Comex em 22% e desorganiza o mercado global. Traders reavaliam estratégias diante da nova política

Donald Trump, presidente dos EUA. (Foto: reprodução/White House)
Donald Trump, presidente dos EUA. (Foto: reprodução/White House)

O tarifaço sobre produtos de cobre semielaborados derrubou o mercado global da commodity. Os contratos futuros da Comex, em Nova York, despencaram 22%, enquanto os operadores reagiram rapidamente ao novo cenário. 

A medida inesperada eliminou o prêmio dos preços norte-americanos em relação a Londres, gerando perdas expressivas e alterando o fluxo global de cobre.

Tarifaço surpreende e força ajustes imediatos no mercado

Trump anunciou a tarifa de 50% com menos de 48 horas de antecedência. Por isso, traders precisaram agir de forma urgente para ajustar posições e reduzir prejuízos. Apesar da exclusão do cobre refinado, o anúncio alterou drasticamente as expectativas.

Contratos derretem e prêmio da Comex desaparece após tarifaço

Os preços da Comex, que superavam os da LME em até 30% na semana anterior, agora operam com desconto. Com isso, o mercado reavaliou riscos e fundamentos. A reação rápida dos operadores impediu colapsos maiores, mas não evitou a queda histórica.

Antes do anúncio oficial, os rumores sobre a tarifa de Trump impulsionaram o envio de grandes volumes de cobre aos EUA. Isso inflou os estoques locais e ampliou o choque de oferta. Ainda assim, muitos traders apostaram em lucros que evaporaram em questão de dias.

Exclusão do cobre refinado levanta dúvidas sobre reexportações

Embora Trump tenha excluído cátodos e ânodos da tarifa, o mercado especula possíveis reexportações. Contudo, especialistas como os do Goldman Sachs não preveem mudanças estruturais. Segundo eles, a medida causa ruídos no curto prazo, mas não deve alterar o equilíbrio global.

Mesmo com a tarifa, os EUA não conseguem substituir rapidamente as importações. Ainda assim, Trump insiste em fortalecer a produção doméstica. O Departamento de Comércio propôs tarifas futuras sobre o cobre refinado: 15% em 2027 e 30% em 2028.

Tarifa de Trump visa segurança, mas gera instabilidade global

O governo justificou a tarifa como uma medida de segurança nacional. Entretanto, analistas enxergam incertezas crescentes no mercado. A expectativa é que o Departamento de Comércio reavalie o setor até junho de 2026, o que pode gerar novas mudanças.

A tarifa de Trump gerou um dos maiores abalos no setor de commodities nos últimos anos. A medida não apenas derrubou os contratos da Comex, como também expôs a fragilidade da cadeia global de abastecimento. Agora, o mercado precisa se reequilibrar, enfrentando estoques elevados, cotações instáveis e políticas comerciais imprevisíveis.