
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prepara medidas para proteger os setores brasileiros mais afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos. Ele afirmou nesta quinta-feira (31) que o governo federal vai anunciar um plano de apoio nos próximos dias.
Além disso, Haddad garantiu que “nada do que foi anunciado não pode ser revisto”, o que indica a possibilidade de mudanças futuras. O plano focará especialmente na indústria, no agronegócio e na preservação dos empregos.
Tarifaço afeta fortemente setores estratégicos e gera impactos dramáticos
O decreto assinado por Donald Trump aumentou para 50% a alíquota sobre vários produtos brasileiros, atingindo principalmente café, carne bovina e frutas. Haddad destacou que alguns casos são “dramáticos” e que o governo precisa corrigir essas injustiças o quanto antes.
Embora haja sensibilidade do lado americano, o ministro reforçou que o Brasil ainda está longe de fechar um acordo definitivo.
Setores afetados e exceções importantes no tarifaço
De acordo com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), cerca de 43% das exportações brasileiras para os EUA não sofreram alterações porque uma lista de 694 produtos recebeu exceções.
Entre os setores beneficiados, estão o aeronáutico, o energético e parte do agronegócio. Contudo, a carne bovina sofre impacto maior, pois a sobretaxa de 50% incide sobre produtos que já tinham 26,4% de alíquota.
Governo prepara plano emergencial de proteção e linhas de crédito
Haddad confirmou que o governo trabalha para lançar um plano emergencial, incluindo linhas de crédito para os setores prejudicados. Além disso, ele mencionou que o programa pode se assemelhar ao mecanismo de proteção ao emprego usado durante a pandemia da Covid-19, que ajudou a preservar milhares de vagas.
Ainda, o governo avalia medidas fiscais, como o adiamento no pagamento de tributos, para aliviar os impactos.
Brasil recorrerá da sobretaxa nos EUA e organismos internacionais
Por fim, o ministro afirmou que o Brasil vai recorrer da decisão tanto nos Estados Unidos quanto em organismos internacionais. O objetivo principal é sensibilizar as autoridades sobre os impactos negativos do tarifaço, não só para o Brasil, mas para toda a América do Sul.