O tarifaço sobre produtos brasileiros, imposta pelos Estados Unidos, deve provocar impactos severos na economia nacional.
De acordo com estudo da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil pode encolher R$ 25,8 bilhões no curto prazo. No longo prazo, a queda pode chegar a R$ 110 bilhões.
Além disso, o país pode perder 146 mil postos de trabalho, tanto formais quanto informais, em até dois anos. A renda das famílias também corre risco: o estudo prevê uma perda de R$ 2,74 bilhões no período.
A medida dos EUA, que entrou em vigor hoje, adiciona até 40% de tarifas a produtos que já pagavam 10% desde abril. Mesmo com a exclusão de cerca de 700 produtos, 55% das exportações brasileiras aos EUA continuarão sendo tarifadas.
Tarifaço sobre produtos brasileiros prejudica indústria e agropecuária
O impacto se concentra em setores estratégicos. A indústria de siderurgia, calçados, madeira e máquinas mecânicas lidera as perdas. No agronegócio, a pecuária aparece como um dos setores mais afetados, especialmente pela exclusão da carne bovina da lista de isenções. Como resultado, a cadeia da carne pode perder espaço no mercado externo.
Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, defende uma atuação diplomática urgente. Para ele, o governo precisa negociar novas isenções, proteger a competitividade nacional e evitar demissões em massa. Segundo Roscoe, os EUA impuseram o tarifaço de forma unilateral, sem diálogo prévio com o Brasil.
Tarifa sobre produtos brasileiros deve afetar fortemente Minas Gerais
Minas Gerais, terceiro maior exportador brasileiro para os EUA, também deve sentir os efeitos do tarifaço. Em 2024, o Estado exportou US$ 4,6 bilhões, porém apenas 37% desse valor está isento da alíquota adicional. Produtos como café, carne bovina e tubos de aço continuarão tarifados.
A Fiemg estima que a economia mineira pode perder R$ 4,7 bilhões no PIB e mais de 30 mil empregos no prazo de dois anos. Já no longo prazo, os prejuízos podem ultrapassar R$ 15,8 bilhões, com o fechamento de até 172 mil postos de trabalho.
Por isso, a entidade reforça que o Brasil precisa agir rapidamente. Ações diplomáticas, políticas industriais e estratégias de diversificação das exportações podem minimizar os danos.