A taxa de poupança brasileira foi de 14,9% no terceiro trimestre, o que representa uma queda em relação ao mesmo período de 2023, com 15,4%, e é a menor taxa para o terceiro trimestre desde 2019, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (3). A taxa de poupança é a relação entre a renda poupada pelas famílias e o PIB.
Segundo o IBGE, a queda é consequência do aumento do consumo após a pandemia, informou o “Valor Econômico”. A taxa atingiu 16,4% no terceiro trimestre de 2020 e 17,2% nos mesmos meses de 2021. Depois desse período, o índice voltou a subir gradualmente.
O consumo das famílias aumentou 1,5% entre o segundo e terceiro trimestres de 2024. Em relação aos meses de julho a setembro de 2023, o consumo teve alta de 5,5%. Esse aumento também pode ser explicado pelas baixas taxas de desemprego e continuidade de políticas de transferência de renda, disse o IBGE ao “Valor Econômico”.
PIB expande, segundo IBGE, mas desaceleração é esperada em meio a estresse fiscal
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil registrou um crescimento de 0,9% no terceiro trimestre de 2024 em comparação com o trimestre anterior, refletindo um desempenho robusto da economia.
No entanto, especialistas ouvidos pelo BP Money alertam que a recuperação pode enfrentar desafios nos próximos meses, especialmente devido ao cenário fiscal e à necessidade de um ajuste nas políticas monetária e fiscal.
De acordo com Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, os dados indicam que, apesar da alta, o desempenho da economia tende a desacelerar no futuro próximo.
“Até o encerramento de setembro, a economia ainda apresentava um desempenho bastante robusto. No entanto, o ciclo anterior de juros mais baixos, que ajudou a impulsionar os investimentos, chegou ao fim, e a pressão fiscal exige uma política monetária mais restritiva, o que levará a um ritmo de crescimento mais modesto”, afirmou Salto.
O especialista estima que, até o final de 2024, o PIB deve crescer acima de 3%, mas em 2025, a taxa de expansão pode cair para cerca de 2%.